“Um embuste”. É assim que Luís Garra, da União de Sindicatos de Castelo Branco (USCB), uma das sete entidades que integram a Plataforma pela Reposição das SCUT na A23 e A25, classifica os descontos anunciados na passada semana pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e que entrarão em vigor a 1 de Janeiro do próximo ano.
“É um embuste porque a maior parte das pessoas, a esmagadora maioria das pessoas, que pretenda ou precise de circular na A23 ocasionalmente não vai ter qualquer desconto e, por outro lado, é tentar obrigar as pessoas a andarem na autoestrada para terem algum desconto”, aponta Luís Garra.
Na quinta-feira, 22, dia em que a Plataforma realizou uma Assembleia Cívica de cidadãos na Covilhã, para discutir o tema das portagens, e que contou com cerca de 120 pessoas, o Governo anunciava também descontos no pagamento de portagens nas ex-Scut, nomeadamente de um desconto de 25 por cento a partir do oitavo dia de utilização para os veículos de passageiros. Segundo a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, também se prevê um desconto harmonizado para os veículos de transportes de mercadorias e de passageiros, que passa de 30 para 35 por cento durante o dia e de 50 para 55 por cento, durante a noite, fins-de-semana e feriados.
Descontos que não convencem os elementos que integram a Plataforma, que já aprovou a realização de uma marcha lenta no dia 20 de Novembro, com partidas da Guarda, Covilhã e Castelo Branco para convergir no Fundão. “Estamos completamente contra este modelo”, frisa Luís Garra, exigindo novamente a abolição das portagens até ao final da legislatura e a suspensão imediata dos pagamentos, até se definir um modelo adequado de redução. “Vamos mostrar ao Governo que não nos cala, não nos engana porque o que está a tentar fazer é um engano. A senhora ministra [da Coesão Territorial] não andou bem”, frisa Luís Garra, que mantém em cima da mesa a possibilidade de a luta endurecer. Até porque, diz, a Assembleia Cívica chegou a propor o corte de algumas entradas para a A23. E questionado sobre a possibilidades dos mesmos acontecerem, Garra diz que “se houver condições para isso, não somos nós que vamos travar”. O sindicalista avisa mesmo que a Plataforma está “preparada para maratonas” no que toca à luta contra as portagens.
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