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Desconvocada greve nas Minas da Panasqueira

A greve às primeiras três horas de cada turno nas Minas da Panasqueira, que teve início dia 14 e estava previsto prolongar-se até 28 de abril, foi hoje desconvocada ao final da tarde, depois de os trabalhadores terem aceitado a última proposta da Beralt Tin And Wolfram, de um aumento salarial de 6% e mais um euro diário no subsídio de alimentação.

Cláudio Faustino, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira, reconheceu não estar satisfeito com o acordo alcançado, por entender que a empresa “tinha margem para mais”, mas justificou o acordo com “o cansaço de algum pessoal depois de dez dias de greve”.

O sindicalista acrescentou que a empresa, detida pelo grupo canadiano Almonty, enviou hoje um comunicado onde recorria “à chantagem”, ao anunciar ter a intenção de recorrer ao ‘lay-off’, e que esse receio, aliado ao cansaço dos mineiros, acabou por levar ao entendimento.

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira entregou hoje de manhã um terceiro pré-aviso de greve e o administrador da Beralt Tin And Wolfram Portugal, que emprega 257 funcionários, ameaçou desencadear na segunda-feira os processos legais necessários para avançar para o ´lay-off´, caso a paralisação não fosse desconvocada até essa data.

Cláudio Faustino alertou para “os riscos que corre o pessoal que baixa à mina” e apela para que a empresa  tenha essas situações em consideração.

O administrador da Beralt afirmou que perante as condições exigidas pelos trabalhadores não havia “hipótese de manter a mina a trabalhar” e que a laboração teria de parar por tempo indeterminado.

“Entrámos numa situação que não conseguimos aguentar isto. Deixamos de cumprir os nossos contratos, não temos vendas, não temos dinheiro”, disse hoje de manhã o administrador, Corrêa de Sá.

O representante sindical Mário Matos argumentou que as Minas da Panasqueira são as únicas da Almonty em exploração, que estão “a suportar o resto do grupo” e aludiu aos investimentos previstos, lamentando que, desses milhões, “não se invista também nos trabalhadores”.

Além do aumento salarial, os trabalhadores reclamavam melhores condições de higiene e segurança no trabalho, a valorização das carreiras, “porque há mineiros que, após vinte anos, continuam no início da carreira”, o pagamento de subsídio de risco para todos os que trabalham no fundo da mina e subsídio de fogo para todos os que executam essa tarefa.

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