Dias Rocha vai liderar Consulado Honorário do Brasil

Cônsul Geral do Brasil em Lisboa anunciou criação da estrutura e anunciou que o ainda autarca belmontense a irá liderar

António Dias Rocha, o ainda presidente da Câmara de Belmonte, vai liderar o futuro Consulado Honorário do Brasil que vai ser criado na vila. O anúncio foi feito no passado dia 21, em Lisboa, na Torre do Tombo, pelo Cônsul Geral do Brasil em Lisboa, Alessandro Candeas, durante a apresentação da edição da “Carta de Pêro Vaz de Caminha”.

“Quero anunciar com grande satisfação que vamos criar o Consulado Honorário do Brasil em Belmonte, que será dirigido por esse querido amigo do Brasil, António Pinto Dias Rocha, que conclui a belíssima carreira como presidente da Câmara de Belmonte”, disse o Cônsul. Recorde-se que em abril deste ano, durante as Festas do Concelho, Alessandro Candeas, após elogiar Belmonte como o “melhor exemplo de colonização portuguesa” e uma “terra de tolerância, generosidade e diversidade”, garantira que, apesar do processo do consulado não ser da sua jurisdição, em termos pessoais “podem contar com o meu apoio”.

O Consulado Honorário era uma reclamação de Dias Rocha há quase uma década. O autarca, em abril passado, lembrou a “quantidade de brasileiros que existem na região”, recordando que não há um café ou restaurante, por exemplo, que não tenha pelo menos um funcionário brasileiro, a que se juntam muitos estudantes da UBI. E defendeu que é uma necessidade haver um Consulado do Brasil no Interior. “Se há concelho que o merece é Belmonte”, disse. O município, em 2019, chegou mesmo a anunciar a instalação do mesmo, após confirmação do próprio Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Ernesto Araújo, mas tal não se veio a confirmar.

Uma carta saída da “escuridão”

Na Torre do Tombo foi apresentada a edição da “Carta de Pêro Vaz de Caminha”, num evento promovido pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), em parceria com a Câmara de Belmonte e a editora Caleidoscópio. Trata-se de uma edição, estudo, transcrição e leitura atual feita por João José Alves Dias, sobre a carta escrita por Pêro Vaz de Caminha ao rei Dom Manuel I, sobre o achamento do Brasil pela expedição de Pedro Álvares Cabral.

O autor lembrou a importância deste trabalho em que “introduzimos apenas pontos e vírgulas, travessões, a este feito (descoberta do Brasil) que tanto nos custou” salienta. João Ferreira, da Caleidoscópio, disse que estando à beira de completar 40 anos como editor “que mais poderia pedir” senão uma obra desta envergadura, que segundo o Cônsul Alexandre Candeas é “de literatura, mas também uma obra científica dos descobrimentos”.

Luís Santos, albicastrense, a presidir à Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), classifica de “exceção” esta publicação, elogiando a “função patrimonial” da mesma perante um original que “é frágil”, e realça a possibilidade dada à população de poder “ler o documento nas suas mãos”, num objeto “único, de coleção”, e que é o exemplo da cooperação institucional.

Já o autarca belmontense, António Dias Rocha, lembrou os muitos anos em que a carta original (que já esteve exposta em Belmonte) esteve “fechada na escuridão”, na Torre do Tombo, inacessível, e que este trabalho permitirá a investigadores ou estudantes melhor “compreenderem o passado”, bem como a história do “mais ilustre dos belmontenses”, Pedro Álvares Cabral. “Belmonte é o berço do Brasil. Aliás, nos dizemos com orgulho que em Belmonte é que nasceu o Brasil”, remata.

O lançamento desta obra será também feito em Belmonte, amanhã, sexta-feira, 31, na Torre de Menagem do Castelo de Belmonte.

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