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Do escabeche ao pato: Belmonte mostra o que se comia na época medieval

Degustação comentada foi pontapé de partida para a feira medieval, que se inicia amanhã na vila

Desengane-se quem pensar que, na altura dos reis, rainhas, príncipes e princesas, o que se comia era apenas porco bem regado com vinho ou cerveja, como muitas vezes é ilustrado em películas de cinema. Nada disso. Pelo menos, é isso que garante o historiador e especialista em literatura culinária, João Pedro Gomes, natural de Caria, que na passada quarta-feira, 9, participou na degustação de culinária medieval “Entre Ceias e Banquetes”, promovida pela Empresa Municipal e Câmara de Belmonte, no âmbito da feira medieval que amanhã se inicia na vila.

Pratos como o escabeche de cavala, a empada de pato, a torrada dourada ou o julepo de marmelo, confecionados pelo chefe de cozinha Rui Cerveira, foram alguns dos exemplos mostrados no castelo, local onde amanhã, sexta-feira, 11, decorre uma ceia medieval (limitada a 50 pessoas mediante inscrição paga), onde se promete uma “viagem por alguns dos sabores, aromas, cores e texturas da culinária aristocrata portuguesa do século XV, onde se destaca o profuso uso de especiarias combinadas em distintos preparados exóticos.”

João Pedro Gomes garante que na época “já havia a arte da culinária”, baseada sobretudo em pratos em que as especiarias marcavam sempre presença, e com os produtos que a terra dava, desde a agricultura, à caça e pesca. “As mesas não se ficavam apenas pelo porco e cerveja. Os reis “bebiam” do que se fazia no resto da Europa e traziam muito que se fazia noutros lados. Em Portugal não há registos da cozinha da altura, mas por exemplo em Espanha, existem, e sabemos que por cá muitos desses pratos eram replicados” explica o historiador. Que dá, como exemplo, o aproveitamento de peixes de água doce, como a truta, como algo que fazia parte das ementas medievais.

Pratos que amanhã, sexta-feira, pode provar em Belmonte, no âmbito da 18ª feira medieval que ali arranca, e se prolonga até domingo, 13. Um evento centrado na figura do pai de Pedro Álvares Cabral, Fernão Cabral, conhecido como o Gigante das Beiras, e que apesar de manter a entrada gratuita pelas ruas onde a feira se realiza, tem como novidade a entrada paga em espetáculos realizados no anfiteatro do castelo, embora as performances de rua mantenham a gratuitidade. Para ver espetáculos em espaço fechado, existem à venda pulseiras com valor de cinco euros para os três dias, e de dois, para cada dia.

O certame, centrado na zona histórica da vila, conta com cerca de 120 feirantes. Amanhã, o cortejo inaugural está agendado para as 18 horas, com saída em frente aos Paços do Concelho em direção ao castelo, seguindo-se muita animação de rua, mostras de artes e ofícios, oficinas de falcoaria, aves de rapina, espetáculos de fogo, malabaristas, saltimbancos e muita música.

O presidente da autarquia, António Dias Rocha, espera ter, nestes três dias, “muitos milhares de pessoas”. “Que seja um espaço onde as pessoas se sintam bem, se divirtam, aproveitem a oferta gastronómica” deseja o autarca.

 

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