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Do Fundão para o palco do Festival da Canção

Xico Gaiato, de 21 anos, é o primeiro artista a subir ao palco na noite de sábado na primeira semifinal do Festival da Canção

Inspirado pela energia da Serra da Gardunha, onde gravou o vídeo que acompanha o seu primeiro tema de originais, o cantor e compositor Xico Gaiato, de 21 anos, é o primeiro artista a subir ao palco na noite de sábado na primeira semifinal do Festival da Canção.

“Ai senhor” foi escolhida entre mais de 600 propostas recebidas pela RTP e está repleta de referências às origens de Francisco Barata, que no último verão se apresentou pela primeira vez em concerto, na Moagem, como Xico Gaiato.

Filho do ator e músico José Alexandre Barata, e com um percurso ligado às artes, o cantor iniciou a formação musical na Academia de Música e Dança do Fundão e encontra-se a estudar Canto Lírico na Escola Superior de Música, em Lisboa, enquanto prepara o primeiro álbum, com lançamento previsto para este ano, uma mistura de sonoridades onde não faltam os beirões bombo, pífaro ou o adufe.

Em 2022 o artista participou no programa de televisão The Voice, mas o Festival da Canção, com final marcada para 8 de março, vai ser a rampa de lançamento da nova identidade do fundanense Xico Gaiato.

Quem é o Xico Gaiato?
Xico Gaiato é um ser sobre o qual os véus desaparecem, e se houver um que se mantenha, diria que é o da sinceridade. Um ser muito terrestre, mas que ao mesmo tempo está em constante mutação. Tenho muita necessidade de abrir a mente de outros, sendo um dos meus grandes objetivos enquanto artista, e fazê-lo a partir de frustrações que sinto, é uma junção que me deixa muito curioso.

Que marcas do Fundão e da Beira podem ser percebidas na música que compôs e que vai interpretar dia 22 no Festival da Canção?
Do início ao fim, “Ai Senhor!” tem a presença constante de bombos e adufes, e ainda tem outros elementos que criam mais textura à própria música, como os chocalhos e o pífaro. O tema está muito ligado à energia que a Serra da Gardunha me transmite, algo muito místico e que está além de nós. Além disso, ligo-me muito também à história da Tomada do Carvalhal, esta que me deu uma visão nova do bombo e do poder beirão.

“Ai Senhor!” é uma das três músicas escolhidas entre 633 por livre submissão. Por que acha que sobressaiu entre tantas?
É difícil para mim, porque ainda parece surreal! Mas acredito que seja pelo poder que a música passa, pela sua letra, por ser da Beira Interior, e também pela música ser muito diferente do que estamos acostumados a ouvir.

O que é que as pessoas podem esperar da apresentação no Festival da Canção? As raízes vão estar presentes?
Gosto sempre de ter os pés na terra e isso é algo que não vai cair no esquecimento. As raízes vão estar sempre comigo e estarão sempre presentes.

Como é que se dá a metamorfose do Francisco Barata em Xico Gaiato?
Esta metamorfose acontece quando me ponho neste lugar. Parece que a teatralidade se funde com a realidade, e dá para ser tudo o que eu quiser, sendo que essa fusão me faz sentir livre e empoderado. Normalmente acontece momentos antes de pisar o palco.

Porquê o nome Xico Gaiato?
Xico já era muito claro para mim, mas senti uma necessidade de ter algo mais, além do apelido, no meu nome artístico. Nesta busca, lembrei-me de memórias em pequeno e de ouvir histórias contadas por pessoas próximas em que usavam muito a palavra “gaiato” para se referirem os rapazes e raparigas mais jovens, mais “pirralhos”. E com o encontro desta palavra tudo me fez sentido, pois é uma também uma referência direta à deusa grega Gaia, Mãe-Terra. Vejo esta referência como uma alma inocente, e que consegue ter uma imaginação mais livre, e isso, só em si, já é mais livre naturalmente.

Vai lançar o primeiro álbum este ano. Que sonoridade e estética têm esse disco?
Este álbum vai ter muito presente esta mistura que já apresento neste primeiro tema. Posso dizer que será uma mistura das sonoridades beirãs, com o pop eletrónico, ‘tradfolk’ e ainda alguns estilos mais experimentais.

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