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“Dricas”: a menina que foi treinar com o irmão e se tornou campeã de futsal

“Quando vi a Adriana pela primeira vez, foi em casa dela, em Caria. Estava ela e o irmão. E o pai, acalentava esperanças em que fosse o miúdo a dar jogador. Olhei para ela e disse-lhe logo que ela é que dava”. Foi assim que, na passada sexta-feira, 1, o presidente da Casa do Benfica em Belmonte, Paulo Monteiro, contou ao NC, momentos antes de homenagear Adriana Mendes, qual o primeiro contacto com a jovem, que viria depois a integrar a escola de futsal do clube, ainda com tenra idade.

“Vieram os dois jogar para cá. Mas a Adriana tinha qualquer coisa diferente” conta Paulo Monteiro, que recorda também uma visita feita ao estádio da Luz, com as camadas jovens do clube, em que, ao intervalo, no pavilhão número dois do clube encarnado, Adriana (hoje conhecida como Dricas) foi desafiada a ir à quadra dar uns toques. “Ela começou a dar toques e daí a pouco, o público já batia palmas. E ela continuava, serena, como se nada se passasse. Naquele dia disse-lhe que um dia haveria de ali jogar. E concretizou-se” frisa o dirigente.

Na sexta-feira, a “casa” onde a jovem de Caria se iniciou quis distingui-la pela conquista do título nacional de futsal feminino, na sua primeira época ao serviço do Benfica. E Adriana, que em tempos já fora homenageada pela Câmara de Belmonte, recordou também este episódio na Luz. “Olhava para aquilo como um sonho distante, uma coisa difícil de acontecer. Lembro-me de ir ver um jogo ao pavilhão nesse dia e de ao intervalo dar uns toques no piso do pavilhão. Tenho uma fotografia disso, e agora olho para aquela fotografia e penso: meu Deus, eu estou aqui a treinar todos os dias. De repente a realidade mudou. É muito bom” garante a jovem atleta de 23 anos.

“Dricas” começou a jogar futsal nas escolas da Casa do Benfica de Belmonte e depois transitou para o Cariense, de onde saiu há seis anos para representar os Restauradores Avintenses, de Vila Nova de Gaia. Seguiu-se uma mudança para a Quinta dos Lombos e, esta época, a chegada ao clube da luz, onde se sagrou logo campeã nacional. No Sport Lisboa e Benfica realizou 40 jogos e marcou 30 golos esta temporada, o último dos quais no quarto jogo do play-off, frente ao Nun’Álvares, que garantiu uma vitória por 0-1 e a conquista do título nacional. “Aquele golo de cabeça, não vou esquecer. Até nos treinos não marcava golos de cabeça. Foi o instinto” afirma.

“Voltar a casa é sempre especial”

Hoje, a residir na zona de Lisboa, Adriana frisa que “voltar a casa é sempre especial. É um orgulho estar no meio dos nossos. Voltar a Belmonte e à sede da Casa do Benfica, e já não vinha aqui há muitos anos, é muito especial para mim. É voltar por bons motivos. Tudo fez sentido e tudo valeu a pena. É muito bom estar aqui”, disse Adriana Mendes na sexta-feira.

“Dricas” afirma que sempre jogou por gosto, mas também por gostar de enfrentar desafios e objectivos. “O que me fez sair daqui foi precisamente querer desafios novos, foi sempre um prazer mas sempre com a ambição de querer sempre mais alguma coisa. Não podia pedir melhor, o Benfica é o clube do meu coração desde sempre. Depois, nos clubes grandes, há sempre uma pressão desportiva. Cheguei com essa ambição, e não podia pedir melhor do que terminar o ano com o título nacional”

De futuro, há mais objectivos e desafios. Um deles é representar a selecção nacional de futsal, que no passado domingo se sagrou vice-campeã europeia, perdendo na final frente à Espanha, nas grandes penalidades. “Chegar à selecção nacional e ganhar uma competição europeia” são objectivos traçados por Adriana Mendes, que tem o seu nome perpetuado na sede da Casa do Benfica em Belmonte, num painel em que figura ao lado de grandes nomes do emblema encarnado.

 

 

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