Até final do ano, a equipa, “que tem os salários pagos”, tem garantia de ter tudo em dia. Até final da época, “tem que haver um projeto aprovado”. Foi este o aviso deixado na passada quinta-feira, 5, pelo presidente da direção do Sporting Clube da Covilhã, Marco Pêba, no dia em que anunciou a reversão da decisão de se demitir da presidência do clube.
“Temos três ou quatro soluções que iremos apresentar. E são os sócios que irão decidir” frisa o timoneiro dos serranos, que diz que face às dificuldades financeiras é preciso “um modelo de entrada de dinheiro”, sob pena das dificuldades crescerem. “Até final da época tem que haver um projeto” assegura. “Alguma opção terá que ser decidida” avisa, apontando à assembleia geral de sócios da próxima quarta-feira, 18, pelas 20:30, no auditório municipal. Onde será discutido o plano estratégico do clube quanto ao futuro.
Depois de, no final do jogo com o Caldas (que os serranos venceram), a 30 de novembro, ter anunciado que ia pedir a demissão do cargo, Marco Pêba, que reconheceu ter agido “a quente”, e voltou atrás. O presidente do clube serrano adiantou que a decisão estava tomada no dia anterior ao jogo, face ao jogo à porta fechada aplicado ao clube na sequência da utilização irregular de Lucas Duarte no jogo da Taça de Portugal, frente ao Rebordosa, mas também admite que esse não foi o único motivo para anunciar uma possível saída. “Não foi uma forma de chamar a atenção, mas sim exprimir o que sentia naquele momento. Se calhar foi um bocadinho impulsivo. E não foi só por isso (castigo). Foi por isso e muito mais” frisa, sem especificar o quê, embora nas Caldas tenha criticado sócios que “nada fazem para ajudar o clube”.
Agora, voltou atrás na decisão, depois do presidente da mesa da assembleia, Francisco Moreira, não ter aceite o pedido de demissão. “A não aceitação é uma matéria que deve levar à reflexão” frisa, lembrando que logo após isso o presidente do clube “não está proibido de retomar logo funções”.
Marco Pêba frisa que no associativismo “não há irrevogáveis” e considera agora que ficar é “o melhor para o Sporting Clube da Covilhã”. “Considerando as consequências que poderiam resultar de tal tomada de posição, sustentadas por um enorme espírito de solidariedade que recebi dos mais variados quadrantes” e “tendo em conta que na vida e no associativismo não existem irreversíveis e, considerando o trabalho que tem de continuar a ser realizado, tendo como objetivo único os interesses e o futuro do Sporting Clube da Covilhã”, apontou, vincando que “retira o pedido de demissão”, uma vez que, face “à grande motivação gerada pelas manifestações de confiança que recebi, não vejo motivos” para manter essa posição.
Apontando ter recebido apoio de todos, Marco Pêba explica que “quando vejo as pessoas a dizer que é melhor estarmos como estamos, tomei esta decisão (de continuar) e acho que é a melhor”. Pêba focou muito a necessidade de entrada de dinheiro no clube para se atingirem outros objetivos, e diz que é nisso que tem trabalhado. “Temos que ter recursos. Alguma das soluções vai ter que ser aprovada. Está a ser desenvolvido um grande trabalho na parte financeira e eu não podia deixar este trabalho a meio sem o apresentar”, disse.
O Sporting da Covilhã jogou no domingo, em casa, frente ao 1º de Dezembro, à porta fechada, sem público. Marco Pêba, para ilustrar as parcas receitas do clube nos jogos, afiançou que assim, possivelmente, o prejuízo até foi menor, e ilustrou com números da melhor assistência no Santos Pinto, esta época, na receção ao Sporting B. “Tivemos 1100 pessoas e um lucro de 30 euros” garante.