Os emigrantes que no sábado, 29, entram em Portugal pela fronteira de Vilar Formoso, no concelho de Almeida, foram recebidos com conselhos sobre os cuidados que devem ter para evitar acidentes rodoviários e incêndios florestais, dados por quatro secretários de Estado presentes em iniciativas da associação de lusodescendentes Cap Magellan e pela revista Comunidades.
Enquanto se aproximava da janela de um automóvel para se apresentar, Patrícia Gaspar perguntou como correu a viagem, para onde a família se dirigia e como estava o trânsito no caminho, pedindo “a máxima atenção na estrada” e cuidado com possíveis ignições que possam originar incêndios.
“Queremos que regressem das férias só com boas memórias. Posso contar com a vossa ajuda e que passem a palavra aos familiares e amigos?”, questionou, repetidamente, a secretária de Estado da Proteção Civil.
Num dos veículos, o motorista emocionou-se ao chegar à fronteira e a voz embargada apenas lhe permitiu expressar-se por gestos.
“Quando atravessam a fronteira, é também uma parte do país que regressa”, disse o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, a uma outra família.
Paulo Cafôfo aproveitou para salientar “o valor estratégico da diáspora” para Portugal a nível cultural, económico, turístico e de promoção da língua portuguesa.
Sem filas, foram já muitos os carros a chegar para as habituais férias no local de origem, alguns a pararem alguns metros à frente, para tirarem uma fotografia junto à placa com a indicação de que entraram em Portugal.
A secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, entre um e outro carro a que a GNR dava indicação para parar, vincou a importância de divulgar os programas do Governo de incentivo a quem quer regressar, investir ou estudar no país de origem, mas também “ter a oportunidade de conversar com os emigrantes, que estão fora do país, e perceber o seu estado de alma, quais são as expectativas quando regressam a Portugal e também qual é o interesse que terão em regressar definitivamente”.
“Eu sei o que é regressar. Já fiz o caminho tantas vezes com os meus pais, sei quais são os perigos, são muitas horas de viagem, é um caminho muito cansativo. O meu pai não queria fazer as pausas, não queria trocar com a minha mãe”, recordou, Lurdes Abreu, presidente da associação de jovens lusodescendentes responsável pela campanha “Sécur’été 2021 – Verão em Portugal”.
A missão é alertar para os cuidados a ter, mas também, por exemplo, prestar informação sobre alterações legislativas em Portugal e riscos a evitar.
Na iniciativa participaram os secretários de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, a secretária de Estado do Desenvolvimento Territorial, Isabel Ferreira, a secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, e o secretário de Estado da Segurança Social, Gabriel Bastos.