Os primeiros 22 minutos do Sporting da Covilhã no passado domingo, no Santos Pinto, frente ao Varzim, em jogo da sexta jornada da fase de promoção da Liga 3, pareciam querer mostrar que o pior já passara e que os serranos, agora sob comando técnico de Francisco Chaló, iriam arrancar para uma vitória que os poderia embalar no que toca ao objetivo da subida. Mas foi puro engano. Os leões da serra entraram bem, pressionantes, a não deixar jogar o adversário, a rematar muito à baliza, e a conquistar, aos nove minutos, uma grande penalidade. Só que João Vasco, o homem que fora derrubado na área por Dénis, na conversão, permitiu a defesa do experiente guardião Ricardo, e, pouco depois disso, o “balão” de oxigénio positivo dos serranos esvaziou.
De facto, o Covilhã fez 20 minutos iniciais muito bons. Muito pressionante e rematador. Frente a um Varzim que, como reconheceu o técnico Vítor Paneira no final, entrou “mal em total desacerto”. Só que, para quem precisa de ganhar, falhar um penálti logo a abrir pode ser um fator que, em termos mentais, pesa. E pesou. A partir dos 22 minutos, os poveiros sacudiram a pressão, passaram a ter mais bola, começaram a ganhar faltas que, na maioria das vezes, transformavam em bolas metidas na área covilhanense e, como se não bastasse, ainda se adiantaram no marcador. Na melhor jogada que protagonizaram na primeira parte. Um lance pela direita, com o corpulento e “chato” Sangaré, a ganhar a bola, a cruzar para o lado contrário da área onde surgiu Joãozinho, que de primeira, sem deixar cair a bola, fez um golaço, sem hipóteses para Makaridze.
O Covilhã, que teve já algumas diferenças no onze (Casagrande foi suplente, Michel e Traquina os laterais, com Gildo mais adiantado no terreno como ala), acusou o golo. E até final da primeira parte, não foi capaz de reagir, começando a apostar num futebol muitas vezes direto, e inconsequente.
Mas no segundo tempo, voltou a entrar bem. Tal como fizera no início da partida. E fez aquilo que de melhor lhe podia acontecer: empatar rapidamente a partida. Aos 47 minutos. Na sequência de um livre apontado por Bruno Figueiredo (que substituiu Michel), na esquerda, com a bola tensa a entrar na área onde o central Nuno Tomás, de cabeça, desviou para o fundo das redes.
E foi novamente nos primeiros 15/20 minutos da segunda parte que o leão da serra mais rugiu. E poderia ter escrito outra história na partida. Aos 54 minutos, Renato Soares (dos melhores e com mais critério, com bola), arrancou pelo meio do meio-campo poveiro, e à entrada da área desmarcou Elijah que, descaído sobre a direita, já na área, só com Ricardo pela frente, atirou ao lado. Sete minutos depois, novo desperdício do avançado nigeriano (tem cinco golos esta época), após um cruzamento tenso de Traquina, com a bola a ser cabeceada muito por cima quando se encontrava sozinho na área.
Depois disso, o Varzim, sempre apoiado pelas suas gentes, voltou a tranquilizar. E a lutar por cada bola como se fosse a última. Não se notando em nada que há vários meses que os seus profissionais não recebem ordenado. E, na segunda oportunidade de golo da partida, voltou a marcar. Lance na direita, com Sangaré a ganhar no ombro a ombro a um já desgastado Nuno Tomás, a cruzar atrasado para a área onde surgiu Paulo Moreira a faturar.
Teme-se o pior no Santos Pinto. Chaló, nos últimos dez minutos, tentou refrescar a equipa. E as apostas foram certeiras. Elijah deu lugar a Chico Cardoso, e Nuno Tomás a Diogo Ferreira, aos 81 minutos. E este último, praticamente na primeira vez que tocou na bola, marcou. Um lance na direita do ataque covilhanense, com Diogo Ferreira a cruzar de pé esquerdo para a área, onde João Vasco e Chico Cardoso se fazem à bola, sem lhe conseguir tocar, e esta acaba por entrar na baliza. Um lance que, inicialmente, o árbitro da partida, Humberto Teixeira, anulou, por suposto fora de jogo de Chico Cardoso, mas que após revisão no VAR, e verificada a legalidade da posição do avançado serrano, foi validado.
Até final, os leões da serra ainda tentaram marcar um terceiro golo, que não chegou. Ao fim de seis jornadas, o Covilhã regista quatro empates e duas derrotas (ainda não ganhou), e é penúltimo, com os mesmos quatro pontos do Varzim, sendo contudo a única equipa que ainda não venceu. E já com o segundo lugar, que dá subida direta, a sete pontos (Braga B), uma vez que o primeiro está cada vez mais encaminhado para o Lourosa (16 pontos).
Agora, o Covilhã só volta ao campo dia 30, altura em que visita o Felgueiras, quarto classificado, com seis pontos.