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Engenheiro da Sertã suspeito de atear 16 fogos

O homem de 38 anos que tinha sido detido na segunda-feira, 19, pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeita de atear pelo menos 16 incêndios no distrito de Castelo Branco, ficou em prisão preventiva, informou a Directoria do Centro da PJ.

O Tribunal de Castelo Branco determinou na terça-feira, 20, prisão preventiva como medida de coacção para o engenheiro electrotécnico a morar na Sertã suspeito de ser o autor de vários fogos desde 2017, disse à agência Lusa fonte da Directoria do Centro da PJ.

O arguido é suspeito de ter sido o autor de vários incêndios de grandes dimensões, como o fogo que atingiu Mação, em 2017, e que consumiu 33 mil hectares, ou os incêndios em 2020 em Oleiros e Proença-a-Nova, que resultaram, respectivamente, em 5.000 e 14.000 hectares de área ardida.

Encontrados 16 engenhos electrónicos

A investigação começou em 2018 e culminou com a detenção do engenheiro suspeito de ter ateado quatro incêndios florestais nos concelhos de Sertã e Proença-a-Nova, que deflagraram com recurso a engenhos electrónicos alegadamente elaborados pelo suspeito.

A investigação, que levou a um levantamento exaustivo de várias áreas ardidas entre 2017 e este ano, acredita que o homem poderá ser o autor de pelo menos 16 incêndios – o mesmo número de engenhos encontrados -, afirmou o coordenador do gabinete de investigação de incêndios da Directoria do Centro da PJ, Fernando Ramos, em conferência de imprensa.

“É provável que haja mais”, admitiu, salientando que muitos dos engenhos podem passar despercebidos ou acabaram destruídos com o incêndio.

Em nenhum dos incêndios identificados em que o detido é suspeito de ter sido o autor houve vítimas mortais ou feridos graves.

Engenho com temporizador para programar dia e hora

De acordo com Fernando Ramos, o suspeito usava um temporizador programado para uma certa hora ou dia (tinha capacidade de programar até 11 dias de distância), sendo que o fecho do circuito provocava a incandescência no filamento de uma lâmpada, que estava exposto e que permitia a ignição da matéria combustível próxima.

Tal engenho permitia que o autor podia “estar no trabalho ou no plano social e não ter nada a ver com o momento em que o incêndio começa”, realçou o director nacional adjunto da PJ, Carlos Farinha.

O autor terá também conhecimento sobre a evolução de um incêndio e da forma como este se comporta mediante linhas de água, declives ou temperaturas, explicou.

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