Ensinar matemática com arte

ASTA promove ações de aprendizagem de novas metodologias que visam aumentar a literacia matemática

Usar o teatro para ensinar matemática. É esta, em suma, a proposta do projeto Erasmus “TIM ^ 2 -Teaching Mathematics using Drama”, que está a decorrer na Grécia, Itália, Noruega e Portugal, com a ASTA-Teatro a promover o mesmo na Covilhã durante este mês de outubro.

Com o objetivo de aumentar a literacia matemática dos estudantes, este projeto procura difundir novas metodologias de ensino junto de professores do primeiro, segundo e terceiro ciclos.  A ASTA, responsável do mesmo em Portugal, promove a partir do dia 22 as primeiras oficinas, na Covilhã, na Escola Secundária Campos Melo, e Leiria, e irá também fazê-lo na Ilha Terceira, Açores, mas pretende avançar para outros pontos do país, já que se pretende formar, pelo menos, 150 professores neste ano letivo.

“Perante os preocupantes níveis de literacia matemática dos estudantes, a União Europeia está a incentivar projetos que investigam e testam novas metodologias de ensino, como é o caso deste projeto. Ao abrigo deste, a ASTA e a Associação de Professores de Matemática (APM) criaram a oficina técnicas performativas no ensino da matemática (para professores dos grupos 110, 230 e 500), que usa metodologias como a Mathemart, o Process Drama e o Role Categories” explica a companhia sedeada na Covilhã. As inscrições estão abertas na página da APM (para as oficinas de Leiria e Covilhã) e na Plataforma de Gestão de Formações dos Açores (para a oficina a realizar na ilha Terceira).

“Fizemos um curso de formação de formadores para professores portugueses, gregos, italianos e noruegueses, em Lesbos, no ano passado, e as metodologias foram acolhidas com muito entusiasmo. Estas oficinas trabalham com os professores novas abordagens, recorrendo a ferramentas e técnicas de teatro que usam o corpo e a mente para ensinar matemática. Os exercícios podem ser adaptados aos diferentes níveis e promovem um maior envolvimento dos alunos, já que associam experiências divertidas ao processo de aprendizagem e desenvolvem várias competências sociais e humanas, além das matemáticas. Acreditamos no poder das artes na educação, uma vez que associar emoções à aprendizagem facilita a compreensão e a memorização”, salienta Sérgio Novo, diretor da ASTA.

Joaquim Pinto, presidente da direção da APM, afirma que são necessárias intervenções que reforcem compreensão conceptual, que promovam a retenção de conceitos e a ligação das competências matemáticas à vida real. “Pensamos que o uso de drama/teatro na aprendizagem pode a melhorar motivação e as atitudes dos alunos face à matemática. Razão que levou a APM a apostar neste projeto”, assegura.

Na Covilhã, Guida Dias, professora de matemática do terceiro ciclo e secundário, é a formadora responsável pela oficina. “Os professores poderão sentir que estão a sair da sua zona de conforto, vão sentir-se desafiados, mas vão aprender novas linguagens, usar outras ferramentas e perceber que estas novas abordagens conseguem não só passar conteúdos matemáticos, mas também a perceção da pertinência da matemática na vivência quotidiana”, assegura.

Esta oficina, limitada a 30 formandos, terá a duração de 42 horas, 15 das quais serão presenciais. A ASTA e a APM irão, em breve, abrir inscrições para novas oficinas em Oeiras e no Porto e não descartam a possibilidade de o fazer noutras cidades do país.

O “TIM^2 – Teaching Mathematics using Drama” capacitou 28 formadores e pretende formar pelo menos 600 professores e alcançar 9000 alunos, entre os 9 e os 14 anos, nesta fase do projeto, nos quatro países em que está a ser implementado. Além da formação direta a professores, o projeto gerou uma plataforma online de partilha da metodologia, com vários exercícios adequados a alunos entre os 9 e os 14 anos, e que poderá ser consultada pelos professores dos quatro países.

Além da ASTA-Teatro são também parceiros do projeto a Universidade de Turim, através do Consorzio per la Ricerca e L’Educazione Permanente e do Social Community Theatre Centre, bem como o Consilglio Nazionale delle Ricerche e (Itália); a Universidade de Bergen (Noruega); a Universidade de Creta e a Hellenic Theatre/Drama & Education Network (Grécia). Cofinanciado pelo Programa Europeu Erasmus, o TIM^2 tem uma dotação financeira de 400 mil euros e termina em outubro de 2026.

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