São três eixos, subdivididos em diversas linhas de ação, que constituem o plano e prioridades da nova reitora da UBI, Ana Paula Duarte, que tomou posse na passada segunda-feira, 30 de junho: ensino, investigação e inovação.
A nova líder da UBI, que foi eleita no passado dia 6 para um mandato de quatro anos, reforçou a ideia de promover uma universidade mais aberta e inclusiva, “de e para as pessoas”, prometeu continuar o que de bom lhe deixou o antecessor, Mário Raposo, mas também anunciou algumas mudanças, desde logo no modelo organizacional da própria instituição. Ana Paula Duarte disse ser importante adaptar o ensino à própria transformação da sociedade em termos digitais, reforçar a oferta nos cursos de 2º e 3º ciclo, aumentar o número de estudantes, estabilizar o corpo docente, aumentar o número de investigadores e manter o compromisso da UBI ser um motor do desenvolvimento do próprio território. “Temos que continuar a transferir o conhecimento produzido na UBI para a região, com a universidade a crescer e a ajudar a crescer” disse a nova responsável, que não querendo abordar o tema do subfinanciamento crónico à academia, reclama da tutela um “olhar mais atento à UBI, à região, e às instituições de ensino do Interior, que são fundamentais para a coesão social” disse. É que “com mais recursos é mais fácil fazer mais e melhor” afirmou.
Elogiando o trabalho feito por Mário Raposo, a nova reitora assumiu que hoje a UBI é uma universidade de prestígio reconhecido, em termos nacionais e internacionais, também pela sua relação de proximidade com a comunidade e que constitui um “alicerce” para uma região mais forte, mas que se quer afirmar também “além-fronteiras”. “Queremos continuar a crescer, ser uma UBI sólida, mas participada e inclusiva”, olhando para o futuro “com os pés bem assentes na terra”. O reforço das infraestruturas, da internacionalização, de uma gestão mais transparente, da comunicação regular e de um Campus “mais saudável” são também metas da primeira mulher a liderar a Academia, que acabando a citar a única mulher a ser primeiro-ministro em Portugal, Maria de Lurdes Pintassilgo, disse que não se sentia um exemplo. “Não me vejo com exemplo, mas gosto de pensar que alguma rapariga olhe para a UBI e possa sonhar” salienta.
Ao fim de 42 anos ligado ao ensino, e quatro como reitor, Mário Raposo diz sair com a sensação de dever cumprido. “Todo o nosso tempo é finito. Muito foi feito, mas pode-se fazer sempre mais” disse o ex-reitor, que enalteceu o crescimento da instituição criada há 50 anos, e que hoje tem mais de 10 mil alunos, 800 de doutoramento e aparece bem posicionada em rankings internacionais. “Foi um privilégio. A UBI evoluiu, é uma referência nacional e internacional, e faz mais com menos” disse, criticando de novo o subfinanciamento da universidade que, diz, neste orçamento de Estado, é mais uma vez prejudicada em cinco milhões de euros. “Ser pequeno não significa que não possamos fazer grandes coisas” garante.
João Nunes, presidente da Associação Académica, após elogiar Raposo por ter ajudado a formar uma universidade “mais sólida”, disse que a eleição de uma mulher para o mais alto cargo é um sinal de “mudança, maturidade e justiça social”, e que a UBI acaba por ser assim o “espelho dos avanços sociais”. O responsável prometeu colaborar com Ana Paula Duarte, pedindo que estabeleça “diálogos e não muros”.
Já João Casteleiro Alves, presidente do Conselho Geral, recordou a margem folgada com que Ana Paula Duarte venceu as eleições, de forma “inequívoca”, enalteceu o trabalho do antecessor na “consolidação e projeção da UBI”, que considera “o principal motor da Beira Interior”. E ser uma mulher a liderar é, segundo este, um sinal não só interno, como “para fora” da própria instituição.
Além de Ana Paula Duarte, a sexta pessoa à frente da Reitoria na história da UBI, tomaram também já posse os vice-reitores Amélia Augusto, Helena Alves, Bruno Costa, João Leitão, Pedro Inácio, Sílvio Mariano e Sílvia Socorro. Henrique Neiva, que assume o cargo de pró-reitor, não pode estar na cerimónia e toma posse mais tarde.