Foi há 32 anos, a propósito das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, na véspera da data, que o monumento a Pêro da Covilhã foi inaugurado, em 9 de Junho de 1988, pelo Presidente da República, Mário Soares.
Após a sessão solene de boas-vindas, Mário Soares deslocou-se com a restante comitiva ao exterior do edifício dos Paços do Concelho, para a cerimónia que pretendia homenagear o espião português, o primeiro a partir em busca do caminho marítimo para a Índia e das especiarias orientais. O explorador que percorreu vários portos até à actual Etiópia e recolheu informação que permitiu, sete anos depois, que Vasco da Gama conseguisse percorrer a via marítima da Rota das Especiarias.
O monumento, da autoria do escultor Francisco Simões e do arquitecto Fernando Pinto da Sousa, tem 4,67 metros de altura e 1,12 metros de largura. Esculpida em granito, a estátua foi inaugurada em conjunto com o arranjo urbanístico do Pelourinho, composto por uma imagem no pavimento a representar três continentes: Europa, Ásia e África, o itinerário da viagem de Pêro da Covilhã, as armas de D. João II, patrono da expedição, e uma rosa-dos-ventos símbolo da viagem e da sua orientação. Fazia também parte da empreitada uma fonte com água, símbolo dos mares a percorrer. A peça escultórica foi encomendada no âmbito das comemorações dos 500 anos da histórica viagem de Pêro da Covilhã, que se presume ter nascido na cidade e partido para a Abissínia em 7 de Maio de 1487.
As imagens do arquivo do Notícias da Covilhã documentam o dia em que a escultura foi erigida no centro da Covilhã, onde ainda hoje se encontra, enquanto o restante conjunto, projectado na altura, desapareceu quando foi feita a requalificação do actual Pelourinho, após a viragem do século.
(Notícia completa na edição papel)