Cerca de metade da habitual produção de Cereja do Fundão estará este ano perdida devido às condições meteorológicas “extremas” de final de Março e Abril, que causaram prejuízos muito avultados, revelou esta semana à Lusa o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes. “Tivemos condições climatéricas excepcionais extremas que destruíram grande parte da produção e que teve um efeito devastador em, pelo menos, 50% da produção, sendo provável que este número até venha a ser superior”, frisa o autarca deste concelho, que é uma das principais zonas de produção de cereja nacional.
Segundo explica, o nevão caído no final do mês de Março, seguido de geada forte e temperaturas muito baixas, bem como a chuva intensa e a queda de granizo, em Abril, levaram a que mais de metade da produção ficasse “arruinada”. Se em anos normais a produção de cereja neste concelho supera as sete mil toneladas, este ano estará entre as três mil a três mil e quinhentas, “na melhor das hipóteses”.
A estimativa do município tem em conta o levantamento feito junto dos produtores e também um relatório da Direcção Regional de Agricultura, que atesta as condições meteorológicas extremas que se fizeram sentir, com consequências “muito duras” e ainda difíceis de apurar a nível económico. “Teremos uma campanha muito condicionada a todos os níveis”, aponta o autarca, sublinhando que o município está a acompanhar a situação, quer para ajudar a agilizar o acesso aos seguros, quer no sentido de encontrar um “apoio extraordinário” para esta fileira.
A questão das perdas será também apresentada à tutela numa visita que a ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, deverá fazer ao concelho durante a campanha, que deverá arrancar entre o final do mês e o início de Maio.