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Eu, o colectivo!

“...é que isto de não olharmos para a vida numa perspectiva colectiva não tem graça, nem nos leva a lado nenhum”. Um Amigo

Por estes dias, ao felicitar um amigo pela passagem de mais um aniversário, em que reforçava a ideia de que tudo temos de fazer para que vivamos dias felizes, ele lembrava-me que a chave está em pensarmos no todo, e não em cada um de nós. E não é que tem toda a razão, sobretudo no momento em que o individualismo tomou conta de cada acção que realizamos. “Eu”. É deste modo que começa grande parte dos textos que cada um nós faz questão de publicar nas nossas redes favoritas. Eu sou aquele, eu fui ali, eu estive lá, eu comi aquilo, mas eu também bebi uma água especial, e quando eu regressei dei por mim a pensar como eu sou tão boa pessoa, a avaliar pelo número de pessoas, amigos vamos lá, que gostam do que eu publico. Assim que terminar o belo jantar que confeccionei fruto dos meus vastos conhecimentos gastronómicos, lavo a loiça com um novo detergente que eu descobri naquela nova superfície comercial que abriu ali mesmo no meu bairro… sim, porque eu não compro “chinesices”… sento-me no meu novo sofá que comprei a um preço fantástico, e vou dizer a todos os meus amigos e admiradores, como hoje eu me sinto ainda mais especial sobretudo por ter passsado um dia maravilhoso na companhia de mim próprio, e também por eu ter percebido que daqui a dias, eu festejo mais um aniversário, e nessa altura sim, eu hei-de mudar a minha foto de perfil, e mostrar como parece que os anos não passam por mim.

Dizer é uma força de expressão. Na verdade hoje eu digo pouca coisa, quase não falo com ninguém. Mas eu escrevo muito. Quase tudo saído do que este meu brilhante cérebro pode produzir ao nível do pensamento criativo. Na verdade é o que eu sou. Um criador. E todos reconhecem essa minha capacidade, quando devoram os meus escritos, admiram as minhas fotos, e vibram com as minhas publicações. Ah… como é tão bom ser eu. Sim, parece que estou a individualizar, mas importa salientar que também penso nos outros. Porque na verdade, eu não mudo apenas a minha foto. Nada disso. Também vou trocar a foto de capa, imagem captada por mim, de quem mais haveria de ser, e aí proporcionar a todos a possibilidade de desfrutarem daquela vista, que obviamente os surpreenderá.

Pelo meu olhar. Único.

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