O executivo da Câmara de Manteigas adiou, na passada segunda-feira, 2, a votação do projeto de arquitetura paisagística do “Matufa Green Park”, que pretende a requalificação de um local que está sem aproveitamento, no centro da vila, num espaço verde, natural, num projeto avaliado em cerca de 900 mil euros.
O presidente da autarquia, Flávio Massano, apresentou, com algumas imagens, as linhas gerais do mesmo, mas dúvidas levantadas por elementos da oposição acabaram por fazer com que o ponto da ordem de trabalhos fosse adiado para uma posterior reunião.
Segundo o autarca, o projeto contempla a criação de “um espaço verde, um corredor ecológico” no meio da localidade, que “funcione todo ano” e que se torne num “pulmão verde” da vila, com ligação à natureza e aos cursos de água. “Queremos um espaço o mais natural possível e menos urbano, menos artificial” disse Massano, justificando, por exemplo, o uso de madeira em toda a construção, desde as estruturas de apoio, como um quiosque/bar, aos espaços infantis para as crianças se divertirem. O autarca garante que já existe “um envelope financeiro” de 500 mil euros para dar andamento ao mesmo, apontando para setembro ou outubro para o lançamento do concurso público.
David Leitão, vereador do PS, apesar de gostar do viu, levantou dúvidas quanto à quantidade de lugares de estacionamento previstos e à opção de ter um quiosque aberto que, segundo ele, apenas dará para funcionar no verão.
Já o vereador independente Nuno Soares alertou para a necessidade de se criarem acessos para moradores nas imediações e viaturas de emergência. E disse “não conseguir ver” no projeto onde se aplicarão 900 mil euros, alertando também para a necessidade de se acautelar estacionamento. “Não vejo no projeto mais-valias para investir quase um milhão de euros” disse, aconselhando a que se deixe para o próximo executivo a votação do mesmo. E sugerindo que se possa usar algum do espaço para construção de habitação.
Flávio Massano optou por adiar o ponto, garantindo, no entanto, que estão previstos 11 lugares para viaturas, “suficientes para uma utilização diária do parque”, que terá também três a quatro lugares para caravanas e parque de bicicletas elétricas. Quanto aos acessos, “estão acautelados”. O quiosque/bar, admite, pode ser revisto, se fechado ou aberto. Quanto ao investimento, de 900 mil euros, não considera exagerado. “O objetivo é criarmos o nosso Central Park, e não um local artificializado. Não concordo que ali se construa habitação, até porque é um dos únicos espaços verdes que temos na vila. E não concordo que projeto possa ficar parado. Quem vier depois, pode fazer, ou deitar no lixo. Mas as câmaras não podem ficar paradas devido às próximas eleições” disse.