Não é, segundo o presidente da Câmara de Manteigas, uma ideia “despiciente” e até “pode fazer algum sentido”. A hipótese da próxima Expo Estrela, feira de atividades económicas de Manteigas, ser alargada a mais um fim-de-semana, terá, segundo Flávio Massano, algum cabimento, desde que o conceito da feira, que celebrou este ano 30 anos de existência, seja reformulado.

Na passada quarta-feira, 21, na reunião do executivo, o autarca, tal como os vereadores da oposição, fez um balanço positivo do evento que decorreu no fim-de-semana de Carnaval, admitindo algumas falhas pontuais, apontadas pela oposição, que promete corrigir numa próxima realização. Flávio Massano ouviu ainda o vereador do PSD, Nuno Soares, sugerir o alargamento da feira a mais dias, algo que considera ser possível.

“Acho um desperdício não se fazerem dois fins-de-semana, em vez de um. Em termos de custos estruturais, penso que não serão muito maiores, e com uma animação um pouco mais distribuída, penso que podemos ficar a ganhar. Até porque, segundo os operadores turísticos, o fim-de-semana de Carnaval já se vende por si próprio” disse o social-democrata.

“Pode-se pensar nisso” responde Flávio Massano, que considera que a ideia não é descabida desde que se mude “o paradigma do evento”. O autarca recorda que há três décadas, o evento foi criado sobretudo para vender produtos locais, como o queijo, mas que hoje as coisas mudaram e o que Manteigas tem para oferecer é muito mais que isso. “Temos que reformular a feira. O queijo, por exemplo, há 30 anos, tinha cá muitos produtores. Hoje não. Por isso, o que teremos de divulgar tem que ser diferente. Será, sobretudo, o turismo, os trilhos, a lã, a transumância ou a oferta hoteleira” considera o autarca serrano.

Flávio Massano acredita que é tempo de “mudar de estratégia, a face do evento”, que se deve manter no Carnaval, até porque hoje já não existem feiras em simultâneo em todo o lado. “Já em 2014, quando era deputado municipal, acreditava que a Expo Estrela tinha potencial para muito mais. Temos que lutar por uma feira diferente, quem sabe mesmo, internacionalizar, pois somos muito mais que um simples queijinho” afirma o presidente da Câmara de Manteigas.