A instalação na Covilhã da fábrica de diamantes artificiais anunciada em novembro de 2023, para os terrenos nas imediações do Centro de Dados, ainda não está garantida, embora o presidente do município tenha adiantado que as negociações “estão bem avançadas, mas ainda não estão concretizadas”.
Questionado sobre esse dossier à margem da assinatura do protocolo de geminação com Longhua, na China, Vítor Pereira sublinhou que a autarquia fez o trabalho de intermediação e que as negociações decorrem entre a empresa indiana com sede na Bélgica e a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).
“Neste momento, o dossier está a ser tratado entre o empresário e o AICEP. Há ali um problema também de capitais. Tanto quanto eu pude apurar, há até alguma divergência no que diz respeito à vontade de investir”, acrescentou Vítor Pereira.
Em causa estão números e eventuais apoios do estado ao investimento e acesso a fundos comunitários, uma questão que “extravasa a competência” do município, realçou Vítor Pereira, segundo o qual “é uma coisa que está a ser tratada”.
“A câmara intermediou, facilitou, trouxe o empresário, proporcionámos-lhe aquilo que podíamos proporcionar, que é um terreno, enfim, com as condições que nós oferecemos a todos os empresários que querem investir na Covilhã”, acentuou o edil.
Em fevereiro de 2024 o executivo municipal aprovou, por unanimidade, a alienação de um prédio urbano, a que chamam Vinha Grande, perto do Centro de Dados da Altice, com uma área de 54.049,24 metros quadrados, para instalar a unidade de produção, que é um investimento previsto por fases.
Em novembro de 2023 Vítor Pereira explicou que está em causa um investimento de 400 milhões de euros, a instalação de 300 reatores e a criação de 150 postos de trabalho “altamente especializado”.
Estava previsto o investimento do empreendimento indiano, da empresa Lightningplace, ser desenvolvido em duas fases. A primeira contempla um investimento de 96 milhões de euros, a criação de 40 postos de trabalho e a instalação de 72 reatores, o equipamento onde se produzem os diamantes de laboratório, cada um do tamanho de um frigorífico gigante, ilustrou Vítor Pereira, que previa que as obras pudessem ter começado no ano passado.
De acordo com o plano de investimento apresentado ao município, a intenção é, numa fase posterior, em três ou quatro anos, investir 400 milhões de euros numa unidade com 300 reatores e atingir os 150 postos de trabalho.
Vítor Pereira adiantou que na Europa apenas existe uma unidade do género na Bélgica, com “tecnologia de ponta”. O presidente informou que a sede vai ficar localizada na Covilhã e é no concelho que a empresa, já instalada no Parkurbis, onde está a desenvolver o projeto, vai pagar os seus impostos.
O presidente da autarquia referiu que hão de depois “surgir atividades a montante e a jusante desta atividade que hão de também criar unidades empresariais, emprego e gerar riqueza”.
Quando estiver a laborar em pleno, o empreendimento de fabrico de diamantes artificiais prevê ter um volume de negócios de 300 milhões de euros anuais, mencionou Vítor Pereira, na altura em que anunciou o investimento.