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Falta gente para a apanha do pêssego

Freguesia de Orjais, uma das maiores produtoras de pêssego no concelho, vive com falta de mão-de-obra

Gonçalo Tavares

A produção de pêssego em Orjais, uma das freguesias com mais peso nesta área no concelho da Covilhã, vive com dificuldades, nomeadamente no que concerne à mão-de-obra. Foi isto que revelou na passada quarta-feira, 17, o presidente da junta, Sérgio Rodrigues, na iniciativa “A Freguesia vai ao Museu”, dinamizada pela Câmara no Museu da Covilhã.

Segundo o presidente, a “grande dificuldade” do setor da fruticultura deve-se à “falta de mão de obra” e a escassez dos recursos em Orjais, que obriga os produtores locais a terem de “recorrer fora da freguesia”.

Fernando Silva, empresário agrícola, explica que “a nível nacional a produção de pêssego está a baixar” e em Orjais estão a “manter ou a produzir ainda mais”, embora com “um problema grave”, as “várias doenças” que estão a atacar as árvores, o que leva os produtores a arrancarem os pessegueiros e a trocarem por pereiras, nas faixas junto ao rio. Fernando Silva diz ainda que os apoios que os produtores recebem não deviam ser destinados às “agroambientais”, mas sim aos pesticidas, deixando-os “mais baratos”.

Nesta visita ao Museu da Covilhã, além do pêssego, também o templo romano localizado nesta freguesia foi objeto de debate. Sérgio Rodrigues diz que está a seguir “um caminho”, que espera cumprir em breve com o município, quanto à manutenção daquele espaço, mas que há alguns investimentos, de maior dimensão, a fazer, que “não é possível só serem suportados pela freguesia”, dependendo essencialmente do Estado. “Há dois anos atrás, pedimos, com uma arqueóloga à frente dessa ideia, autorização para limpar e foi recusado. Estávamos a chegar à altura da época de incêndios, no período de usar determinadas ferramentas e acabamos por cancelar essa atividade. Passado um mês e meio houve um incêndio e tudo o que nos propúnhamos limpar foi limpo” pelo fogo criticou o presidente.

Luísa Rodrigues, historiadora, defendeu algumas intervenções no Templo Romano, como a realização de “escavações”, a “promoção de visitas” e a colocação de “alguma informação”. “Nós temos uma placa a dizer Ruínas Romanas, mas às vezes as pessoas chegam lá em cima, vêm aqueles muros e não percebem nada do que lá está. Podia haver ali uma informação, nem que fosse um QR Code para podermos digitalizar e perceber um pouco o que ainda se sabe”, explica a historiadora.

Paralelamente reconhece que para essa “grande intervenção” seriam necessários “intervenções especializadas”, um orçamento elevado e “muitos recursos humanos”.

A vereadora da cultura da Câmara, Regina Gouveia afirma que o município “está atento” e “a desenvolver impactos e esforços” para potenciar o património de Orjais.

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