Guarda de Honra, Hino Nacional e içar da Bandeira. Foi assim que, este ano, a Covilhã assinalou os seus 155 anos de elevação a Cidade, desta vez sem as tradicionais inaugurações ou intervenções quer de autarcas, ou deputados na assembleia municipal. Tudo isto porque os eleitos no passado dia 12 de outubro ainda não tomaram posse.
Como se sabe, Vítor Pereira está de saída, com o também socialista Hélio Fazendeiro a ocupar o lugar de presidente de Câmara. Porém, ainda não tomou posse. Daí que a autarquia, neste 155º aniversário de elevação da Covilhã a cidade, tenha apostado num programa cultural e numa cerimónia simbólica realizada na Praça do Município, na manhã da passada segunda-feira, 20.
Uma opção que motivou algumas críticas de diversos quadrantes. Carlos Martins, vereador eleito nas últimas eleições pelo Movimento Independente Pelas Pessoas (MIPP), em comunicado, afirma que o Dia da Cidade “sempre foi um momento de celebração cívica e de reconhecimento coletivo”, mas que este ano a cidade ficou “em silêncio”. “Esse silêncio, num dia que pertence a todos, é profundamente simbólico e triste. A ausência destas cerimónias não é apenas uma questão de calendário: é uma falha institucional e democrática”, aponta, lembrando que as leis e o regimento municipal “são claros: a Assembleia Municipal deve reunir-se em sessão solene no Dia da Cidade. Ignorar essa obrigação é desvalorizar as próprias instituições e o sentido do serviço público.” Carlos Martins frisa ainda que a democracia “não se suspende com as eleições. Pelo contrário, é nestes momentos que deve mostrar a sua maturidade, continuidade e respeito pela comunidade.”
Também a concelhia do PSD, em comunicado, afirma que a cerimónia simbólica deste ano vedou a intervenção dos eleitos locais e que ainda havia eleitos em funções para que a mesma fosse normal. “Esta celebração minimalista é o reflexo das más práticas do executivo do Partido Socialista, com elevado défice e respeito pelos covilhanenses e pelos seus eleitos. Em fim de mandato a atual Câmara deixa um legado de promessas por cumprir e oportunidades desperdiçadas e foge à auscultação das intervenções das várias forças políticas”, salienta. E aponta que as comemorações deste ano “são o espelho de um executivo que perdeu a visão e a ambição para a Covilhã.”
O programa comemorativo incluiu a inauguração de exposições, concertos, uma “Ode à Covilhã”, por Jograis da Covilhã, e a entrega dos diplomas aos melhores alunos do ano letivo passado, no concelho, além de uma Arruada Literária pelas ruas do Centro Histórico.