“O foco deste festival é trazer dinâmica e pôr Casegas no mapa. Que se fale de Casegas, que se pense em Casegas e que se saiba onde é Casegas”. São estes os objetivos enumerados por Hélder Henriques, membro da BFC Street Band e da organização da terceira do BFC Brass Fest, que acontece em Casegas nos dias 11 e 12.
Dia 11, além da fanfarra da casa, a animação de rua é feita pela fanfarra Bando das Gaitas (Lousada) e pelo saxofonista Ricardo Branco, acompanhado de DJ. Dia 12, a noite começa com Teatro das Beiras com o espetáculo “Um Hamlet Tragicómico”, a partir das 21:00, seguido de animação de rua que fica a cargo da Farra Fanfarra (Lisboa), da Farratuga (Leiria) e da Almada Street Band (Almada). Nesse dia também há almoço convívio.
Hélder Henriques considera que a participação do Teatro das Beiras é “enriquecedor para o festival”, dado que pretendem “marcar pela diferença e pela diversidade de oferta”.
O festival, que se iniciou em 2019, vai para a 3.ª edição e é uma iniciativa da BFC Street Band, uma fanfarra criada para continuar o trabalho da Banda Filarmónica da terra. “Uma certa altura, a Banda Filarmónica Caseguense enfrentou um problema de falta de pessoas, de músicos e, para não parar com a atividade, criámos uma fanfarra – a BFC Street Band”, explica.
A ideia do festival, segundo Hélder Henriques, é levar à localidade “uma coisa diferente”. “Queremos trazer algo à aldeia que fosse característico, que não fosse a tradicional festa de verão ou o arraial popular. Queremos que seja um sítio que as pessoas sabem que há aquele festival, há fanfarras e é ali que ‘queremos ir’”, refere.
A recetividade do povo caseguense ao evento, de acordo com Hélder, tem sido “fantástica”. “Há muito amor pela filarmonia em Casegas. Tem uma tradição muito grande. A nossa banda tem 144 anos e as pessoas estão muito ligadas”. O membro da organização revela que a população da aldeia do concelho da Covilhã tem ajudado nos preparativos do evento. “Toda a aldeia se envolve connosco, desde a conceção de roupa à conceção do local do evento”.
A sustentabilidade é também uma preocupação no Brass Fest. “Foi um desafio lançado pelo presidente da Junta de Freguesia, César Craveiro. Já que queremos ser diferentes, então vamos marcar a diferença, e a verdade é que nas aldeias não há muito essa preocupação com a sustentabilidade e o estarem alerta para isso”, diz.
Em comunicado, a organização diz que na conceção e realização do evento existe uma especial atenção com a sustentabilidade e informa que a aquisição de produtos vai ser feita no comércio e produtores locais, além de todo o material utilizado ser reciclado. “Não temos desperdício nenhum. Todo o lixo gerado é depois tratado”, frisa Hélder Henriques.
A adesão às edições anteriores leva o elemento da organização a adiantar que um dos objetivos passa pela internacionalização do festival, ter fanfarras estrangeiras a participar no certame, aumentando, assim, a visibilidade do Brass Fest.
“Tivemos um parque cheio. Foi gratificante. Levou-nos a acreditar que tem futuro e que conseguimos por Casegas no mapa das fanfarras. Muita gente, mesmo daqui do concelho, dizia ‘há mais de 20 anos que não vinha a Casegas’ e que foram o ano passado por causa do festival. E porquê? Porque é diferente”, rematou.