Um símbolo de resistência cultural e uma referência na oferta cultural artística na região é como a entidade organizadora, a Quarta Parede, define o Y – Festival de Artes Performativas, que completa vinte edições e decorre entre 4 de abril e 19 de junho, com 11 espetáculos em quatro localidades: Covilhã, Paul, Belmonte e Castelo Branco.
“São 20 edições de um festival independente e descentralizado”, salientou a codiretora do festival, Sílvia Pinto Ferreira, segundo a qual o Y ganhou “impacto nacional e internacional pelos seus contributos para a circulação de obras e artistas de natureza emergente e experimental”.
O teatro, a dança, a música e os cruzamentos entre áreas são as linguagens artísticas representadas na programação, com espetáculos em sala e ao ar livre.
“Quisemos muito contemplar a diversidade das artes performativas, quer nos formatos, quer na forma como se aproximam dos públicos, quer nos temas”, frisou Sílvia Pinto Ferreira, durante a conferência de imprensa de apresentação do Y#20, no dia 13.
A codiretora da companhia covilhanense recordou que o Festival Y foi o primeiro da Beira Interior a dedicar-se às linguagens artísticas emergentes nas artes performativas e enfatizou que o evento cultural “tornou-se uma referência na oferta artística” e é “um símbolo de uma resistência cultural que, apesar das adversidades no percurso, se foi afirmando a cada edição”.
A programação abre com a cantora e compositora Ana Lua Caiano, dia 4 de abril, no Teatro Municipal da Covilhã. A artista apresenta o seu primeiro e recente álbum, “Vou ficar neste quadrado”, onde mistura o som entre o tradicional e a música eletrónica.
Durante as datas do festival está aberta a chamada de trabalhos para a seleção de dois criadores emergentes para a próxima edição do Y.
Os escolhidos no ano passado são Margarida Monteny & Carminda Soares, com a performance “Simulacro”, dia 12, no Cine-Teatro Avenida de Castelo Branco, e Fábio Januário, com o espetáculo de dança “Musseque”, dia 18, no Teatro Municipal da Covilhã.
Em 4 de maio sobe ao palco do Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco, a peça “Ciclone”, de Leonor Cabral, e dia 9, no ‘foyer’ do Teatro Municipal da Covilhã, soa a música da harpista Angélica Salvi.
O teatro volta dia 10, no Auditório do Teatro das Beiras, com “Casa de Praia”, de Anabela Almeida, e dia 18 é a vez da dança de Cristina Plana Leitão se apresentar no Teatro Municipal da Covilhã, com “O sistema”.
O programa inclui também o resultado de duas residências artísticas realizadas em 2023.
O projeto “Romaria”, sobre tradições populares, do coletivo Réptil, é apresentado dia 2 de junho, ao ar livre, no Paul, enquanto Mafalda Saloio & e a Filarmónica Recreativa Cortense mostram o resultado da sua colaboração no espetáculo de teatro-música “Sforzando” em 9 de junho, em Belmonte.
No mesmo dia, no Teatro Municipal da Covilhã, os cruzamentos artísticos estão em palco pela mão dos Pé de Pano e “Que corpo é este que anda por aí”.
É também com um espetáculo de cruzamentos que o Festival Y encerra, dia 19 de junho, no Cine-Teatro Avenida de Castelo Branco, com os espanhóis Cia Altraste Danza e “Nancy em Vietnam”.
Segundo Sílvia Ferreira, o orçamento para o Y#20 ronda os cem mil euros.