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Fique em casa

Sérgio Gaspar Saraiva

Janeiro geoso; fevereiro febroso; março amoroso; abril chuvoso e maio loiroso fazem o ano formoso.

Vamos ver se os ditos populares, que herdámos, não nos enganam ou se a pandemia, que tanto nos vem perturbando, estará mesmo enquadrada nos saberes com que sempre fomos lidando.

O dia a dia dos tempos que correm está a fugir da regularidade que quase sempre nos caracterizou e que estudávamos nos livros da escola onde a régua às vezes se fazia sentir com algum eco. Hoje os estabelecimentos de ensino encontram-se encerrados e não contaríamos com tal situação, muito menos os encarregados de educação, pessoal auxiliar e corpos docentes que sempre batalham pela regularidade de horários e eficaz apoio às crianças e jovens com quem partilham as salutares horas de trabalho.

As notícias que diariamente nos tocam ouvidos e olhares dão conta, sim, do incansável trabalho dos agentes de saúde e corpos de voluntariado que não têm mãos a medir num contínuo desgaste físico e mental em favor daqueles que sofrem a bem sofrer com a angústia dos familiares e amigos que também não conseguem passar uma noite sossegada.

O covid 19 vai bulindo com mais de meio mundo, quando pensávamos que estas coisas não eram possíveis e que o nosso saber sempre vai conseguindo superar tudo o que nos vai provocando em qualquer tempo e espaço.

Estamos aprendendo que sozinhos nada somos e que teremos que unir-nos e ser mais cuidadosos em tudo o que desenvolvemos com os outros e connosco próprios. Isto se quisermos melhorar o ambiente que nos cerca e o mar das dificuldades que a toda a hora nos atormenta. O ficar em casa, só por si, é capaz de não resolver todas as situações que nos embaraçam, mas que nos receitam a toda a hora. E será que as vacinas serão suficientes para debelarem todos os males que nos apoquentam? O que continuamos a ver é agrupamentos que pouco se preocupam com os contactos físicos e mesmo mentais que poderão ser focos de transmissão de coisas indesejáveis e que deveríamos ser capazes de evitar a todo o custo.

A pandemia com que lidamos nos dias de hoje está para além de outras que já passaram por nós, ou por muitas famílias que nos antecederam e que deixaram marcas que fomos esquecendo ou nem queremos sequer relembrar. O mundo, dizemos que não para, mas vai parando para alguns e bem desejaríamos que a rota fosse mais suave, segura, mais prolongada e solarenga. Esperemos que a eficácia vacinal nos traga um novo espírito de confiança e conciliação para um abril mais loiroso e o resto do ano muito mais formoso.

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