André Amaral
Jornalista
A equipa da Federação Portuguesa de Futebol vai disputar o Euro2024.
Sou um simples adepto de futebol. Não sei o que se passa nos bastidores daquele que em tempos foi chamado de ‘o jogo bonito’. Mas tenho quase a certeza que o que quer que se passa nos meandros desse negócio chamado futebol não é normal.
A equipa que ganhou o mais recente campeonato nacional de futebol conseguiu ter um, apenas UM, jogador convocado. A segunda tem dois e a terceira tem três.
Félix merce mais que Pote? Conceição merece mais que Trincão?
Não sei, mas se formos ver os números de golos marcados, oportunidades criadas, tempo jogado talvez sejamos obrigados a reconhecer que não.
Numa equipa que tem apenas um lateral esquerdo de raiz não havia espaço para Nuno Santos?
Outra pergunta que talvez sirva para perceber esta convocatória para a equipa da FPF:
Entre os 26 convocados, o que têm em comum Ruben Dias, Bernardo Silva, Pedro Neto, Gonçalo Ramos, Diogo Jota, António Silva, Diogo Costa, Vitinha, João Neves, Ruben Neves, João Félix, João Cancelo, José Sá, Nelson Semedo e Danilo Pereira?
O Pedro Neto em dois meses jogou 13 minutos. o Nelson Semedo é melhor que o Nuno Santos? Acho que o treinador e a FPF vão na fezada que o CR7 resolve… porque o Jota, que é bom jogador, passou a maior parte da época lesionado, o Leão foi suplente no Milan na fase final do campeonato. E o Gonçalo Ramos não marca um golo há quantos jogos?
P.S. – Escrevi este texto logo a seguir à divulgação dos convocados. Mas, tudo o que escrevi atrás tem um valor e importância apenas relativo. Quase nulo perante a fragilidade da vida humana. Esta sexta-feira morreu, aqui na Cidade da Praia, capital de Cabo Verde, o embaixador de Portugal. Tinha 52 anos. Paulo Lourenço foi vítima de um ataque cardíaco fulminante.
Homem bom, presente, procurou sempre estreitar ainda mais as relações entre Portugal e Cabo Verde.
À família, aos amigos, aos funcionários da embaixada a quem com ele privou, deixo aqui uma palavra de conforto.
São notícias destas que fazem com que se perceba como assuntos a que damos tanta importância (como o que iniciou este texto) são, na verdade, apenas pequenos detalhes que não merecem a importância que lhes damos.
