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Fronteiras, tão perto e tão longe

A. Pinto Pires

Portugal e Espanha, cimeira(s) ibérica(s), que ligações unem os dois países? A fronteira de Vilar Formoso continua a ser uma porta principal de entrada entre os dois países, ou de saída se quisermos!

Quem pretender viajar em transporte público de/para estes países, não deixa de constituir uma aventura.

Do lado português, um meio de transporte nada ousado, apesar de ser serviço público, o qual deveria servir os dois países, deparamos com horários desajustados em nada atraentes.

Quem vier do lado de Salamanca, consegue com alguma facilidade chegar a Cidade Rodrigo. Daí à fronteira, Fuentes de Oñoro, já se torna mais complicado. Mesmo vindo de Salamanca, não há preocupação em articular as ligações existentes com Cidade Rodrigo. Empresas privadas a operar, onde não se percebe qualquer articulação entre si.

Valem-nos as ligações rodoviárias a operar para a Europa, Rodo Norte, Flexibus e outras, únicas formas possíveis de poder viajar, questionando-nos cada vez mais, dos ditames que determinaram a suspensão “sine die” do Sud-Express e do Lusitânia, duas ligações diárias, a Paris e Madrid, que não sendo o ideal, prestavam um serviço imprescindível.

Guarda/Salamanca em modo regular ferroviário não deveria constituir uma utopia, antes pelo contrário.

Num tempo em que tanto se fala de ambiente, descarbonização, retirar viaturas das estradas, ou das portagens que também os espanhóis se preparam para introduzir em 2014, talvez, não apenas os cidadãos utilizadores, mas os ministérios respetivos de ambos os países se devessem questionar sobre esta matéria.

Se temos o comboio Celta que liga diariamente o Porto à Galiza; um serviço de automotoras entre Entroncamento e Badajoz; nesta, uma das principais fronteiras, a não existência de uma ligação ferroviária constitui em meu entender, um atentado ao direito que assiste a todos os cidadãos, o da livre circulação!

Como gosto de falar com conhecimento de causa, aventurei-me a viajar de Salamanca à Covilhã, em transporte público, onde tomei um “bus” que me trouxe a Fuentes de Oñoro. Passadas três horas, em Vilar Formoso apanhei uma automotora até à Guarda, onde mudei para um Intercidades para a Covilhã. Ao cabo de oito horas, tardei, mas cheguei.

Chamo a isto pura interioridade. Nem as ditas cimeiras conseguem ultrapassar o hiato, apesar de todos os intervenientes ficarem bem nos retratos.

 

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