Fundão cria Academia de Cuidadores

Quatro meses vão ser de formação intensiva e dois de estágio

A partir de setembro o Fundão vai ter uma Academia de Cuidadores, para dar resposta às necessidades crescentes na área. A intenção é que os interessados tenham quatro meses de formação intensiva e dois meses de estágio, em contexto de trabalho, onde se espera que possam passar a desempenhar funções.

O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, em 9 de junho, durante a cerimónia que assinalou o 278.º aniversário do concelho do Fundão.

Segundo o autarca, a estrutura tem por objetivo “formar e requalificar profissionais de forma rápida, intensa e com estágios em contexto real”, para fazer face às necessidades crescentes que se antecipam no terceiro setor, além de muitos profissionais que trabalham como cuidadores estarem perto da idade da reforma.

“Claro que isto implica criar oportunidades de emprego para os fundanenses e os portugueses, mas também fomentar a diplomacia demográfica, permitindo captar e formar imigrantes”, salientou Paulo Fernandes.

O edil acrescentou que o projeto da Academia de Cuidadores visa “responder às cerca de 300 necessidades extra de cuidadores previstas para os próximos dois a três anos”, fruto de investimentos em curso. “A sociedade que idealizamos prevê o cuidado do outro e sabemos que, sem pessoas disponíveis para cuidar, esta premissa cairia por terra”, acentuou Paulo Fernandes.

Segundo o presidente da Câmara do Fundão, está em curso no concelho atualmente um investimento no terceiro setor de cerca de 40 milhões de euros. “Nunca atingimos, em simultâneo, um valor desta envergadura”, referiu Paulo Fernandes.

O autarca vincou que, ao mesmo tempo, há cerca de 60 milhões de euros a serem investidos na habitação entre projetos em concurso, em obra ou “que entrarão em concurso nos próximos dias”.

Paulo Fernandes disse que o município está neste momento a acompanhar investimento privado “que pode ultrapassar três mil milhões de euros” em “muitas áreas, muito diversas”.

Durante a cerimónia, o autarca assinou um protocolo com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), no valor de 14 milhões de euros, para a construção de habitação a rendas acessíveis. “É o maior concurso público alguma vez lançado no concelho do Fundão pelo município, exatamente nesta área tão importante que é a habitação”, realçou.

O dia foi também de inauguração de 25 novos fogos no âmbito da Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário, resultado na reconversão da antiga Casa do Grémio.

“Queremos que todos tenham acesso a uma habitação condigna, acessível, integrada na malha viva do nosso concelho, desde a classe média aos mais jovens, com a certeza de que estamos a construir não apenas edifícios, mas oportunidades de vida”, vincou Paulo Fernandes.

O autarca aproveitou a presença na sessão solene do reitor da Universidade da Beira Interior (UBI), Mário Raposo, e da reitora eleita, Ana Paula Duarte, vereadora no município fundanense, para elencar vários projetos em curso e desafiar a instituição localizada na Covilhã a expandir-se ao concelho vizinho.

“Quando é que a UBI irá ter as primeiras valências descentradas na cidade do Fundão?”, interrogou Paulo Fernandes.

O presidente do município enumerou que o município é hoje o maior parque Agrotech do país, mencionou os investimentos na ciência de dados e da inteligência artificial, disse que está a ser montado o maior laboratório da região na área dos jogos eletrónicos, referiu o investimento em projetos com vista à longevidade e envelhecimento ativo e disse que o Fundão tem a melhor formação avançada na área de migrações, antes de lançar o repto à UBI. O momento ficou marcado por uma grande ovação na sala.

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