Fundão quer tornar terrenos mais resilientes aos fogos florestais

Investimento, de 460 mil euros, abrange mais de 100 hectares de terreno em 15 aldeias do concelho

A Câmara do Fundão vai converter 104,9 hectares de terreno exclusivamente florestais em redor de 15 aldeias do concelho, no âmbito de um projeto no valor de 460 mil euros aprovado pela medida do Fundo Ambiental “Condomínio de Aldeia- Programa de Apoio às Aldeias Localizadas em Territórios de Floresta”.

Segundo a autarquia, em comunicado, o projeto agora aprovado foca-se em tornar as áreas envolventes e as próprias aldeias mais resilientes aos incêndios rurais, numa faixa de 100 metros ao redor das aldeias, através do aproveitamento/melhoramento das infraestruturas existentes, assim como da alteração da ocupação do solo, utilizando práticas culturais “mais eficientes”, de forma a fomentar a presença de espécies autóctones, bem-adaptadas às zonas de intervenção.

No concelho do Fundão, a iniciativa vai beneficiar as aldeias de Açor, Alcongosta, Barroca, Bogas de Baixo, Casal de Álvaro Pires, Castelejo, Castelo Novo, Enxabarda, Freixial, Janeiro de Cima, Maxial da Ladeira, São Martinho, Silvares, Souto da Casa e Urgeiro.

“O projeto tem como objetivo a substituição de espécies exóticas invasoras e a remoção de povoamentos de pinheiro-bravo e eucaliptos, substituindo-os por culturas permanentes como medronhal, cerejal, castanheiro e olival, com técnicas de plantação e condução adequadas à paisagem e às características edafoclimáticas dos vários locais” explica a autarquia.  Segundo a mesma, esta reconversão contribuirá para a descontinuidade florestal e a prevenção de incêndios severos. Além disso, o projeto valorizará a agricultura familiar, promovendo práticas agrícolas “mais eficientes”, assim como o aumento da capacidade de resposta de combate a incêndios com “a beneficiação da rede de pontos de água, instalação de bocas de incêndio e a construção de caminhos florestais de acesso alternativo à(s) área(s) edificada(s) com um único ponto de acesso viário sem saída”.  Será ainda ministrada formação às comunidades, com o intuito de melhorar os conhecimentos sobre o risco de incêndio rural.

Segundo Pedro Neto, vereador da Câmara do Fundão, citado no documento, “ao apoiar a gestão ativa da paisagem, estamos a reduzir o risco de incêndios e a contribuir para a preservação do património natural e cultural das comunidades locais. Vamos reforçar a segurança da população, tanto pela alteração do uso dos solos, que fará abrandar a progressão dos incêndios, como pela sensibilização da população para lidar com futuros riscos de incêndios”.

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