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Fundão vai acolher encontro internacional sobre territórios e novos conceitos de museus

O Fundão vai acolher em Setembro um encontro internacional que reunirá várias personalidades de referência na museologia mundial, numa reflexão sobre a relação entre os territórios e as numerosas modalidades de museus.

Com a denominação “Encontro Internacional – Desenvolvimento Comunitário e Museus-Não-Museus”, esta será a primeira iniciativa organizada no âmbito do Centro de Estudos do Território, Mobilidade e Património (CETMOPA), fundando a partir do legado documental que Hugues de Varine cedeu à Câmara do Fundão.

Marcado para os dias 2 a 4 de Setembro, este encontro conta com organização do Município do Fundão, em colaboração com o ICOM Europa [sigla do Conselho Internacional dos Museus], e pretende ser muito mais do que um seminário académico, unindo o saber à “prática” dos museus para refletir sobre o “empoderamento comunitário e social” que estes espaços podem ter, como referiu Luís Raposo, presidente do conselho directivo do CETMOPA, na conferência de imprensa de apresentação do evento.

Os novos conceitos ou numerosas modalidades de museus – que podem ir das casas, aos centros interpretativos, aos ecomuseus ou até aos ditos museus sem paredes, será uma das temáticas em cima da mesa. “Vamos conversar sobre isso e a partir de experiências muito ricas”, detalhou, frisando que o painel de convidados conta com personalidades de referência oriundos de países como México, Equador, Chile, Brasil, Espanha, França, Itália e Portugal. “Temos um leque de oradores brilhante e vamos”, afirmou, apontando os nomes em causa: Bruno Brulon, Graça Filipe, Hugo Calle Forrest, Karin Weil, Mário Moutinho, Raul Dal Santo, Daniela Carvajal Enrique, Hector Valverde, Hugues de Varine, Luís Raposo, Oscar Navajas Corral e Xavier de la Selle.

Nomes que dias antes também deverão estar presentes na conferência mundial do ICOM, que vai ser realizada em Praga e durante a qual está previsto que possa ser adotada a nova definição de museus. Antes de regressarem aos seus países, os nomes já referidos vão fazer “escala” no Fundão, com destaque para Bruno Brulon, que é presidente do comité do ICOM que preparou a nova definição mundial de museu. “Ou seja, vai ser a primeira vez que, fora do ICOM, e que em termos públicos e mundiais, Bruno Brulon vai falar sobre esta nova definição, que eu acredito que seja aprovada”, referiu Luís Raposo, sem esquecer de frisar a importância dos restantes convidados.

A título de exemplo, detalhou que Karin Weil (Chile) é responsável pela rede de museus comunitários do sul do Chile, Daniela Carvajal Enrique e Hector Valverde são dois responsáveis por redes culturais e de museus no Equador e que Raul Dal Santo é responsável por vários ecomuseus e coordenador da rede de ecomuseus em Itália. Além dos oradores, o encontro tem capacidade para acolher presencialmente cerca de 40 participantes, mas a iniciativa também terá transmissão remota, de modo a dar resposta ao interesse que já está a ser manifestado por muitas pessoas das mais diferentes nacionalidades. Por outro lado, este encontro também integrará o calendário mundial da celebração dos 50 anos da chamada “Carta de Santiago”, considerada o índice da nova museologia.

Luís Raposo esclareceu ainda que a além das sessões estão previstas algumas visitas à rede de casas temáticas e museus do concelho do Fundão e que uma das sessões será realizada na Covilhã, no âmbito da estratégia intermunicipal que está delineada para o CETMOPA.

Presente na conferência de imprensa, o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, destacou a importância deste evento, pelo facto de reunir um “painel da maior relevância em termos da construção efetiva e concreta, dos museus comunitários”, bem como pelo contexto local, dado que o Fundão há muito adotou “uma estratégia ancorada nos conceitos da nova museologia”, nos “museus da comunidade”. Lembrando que o Fundão tem uma rede de casas temáticas espalhadas pelo concelho – que engloba a Casa das Tecedeiras, a Casa António Guterres, a Casa da Cereja ou a Casa do Bombo, entre outras – Paulo Fernandes sublinhou que estes espaços valorizam as comunidades, ajudam a preservar a identidade e funcionam como um motor de desenvolvimento local.

O autarca mostrou-se ainda convicto de que o encontro contribuirá para que estes espaços sejam valorizados no contexto da nova museologia, em concreto dos museus de comunidade e de território, cuja aposta surgiu “muito antes de estar na moda”. “Com este encontro vamos promover muito a nossa rede”, acrescentou.

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