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“Gostava que a Covilhã também estivesse projectada no futsal nacional”

Notícias da Covilhã (NC)- Foi campeão do mundo e dois dias depois estava na Escola de São Domingos a mostrar a medalha aos alunos. Como reagiram?

José Luís Mendes (JLM) – Entrei na escola ao intervalo e os miúdos, quando me viram, vieram ter comigo, estivemos ali na conversa, tirámos umas fotos e foi um momento bastante agradável.

Em 2018 tinha sido campeão europeu e dias depois estava de volta à rotina. Como é num dia estar a treinar o Ricardinho e no seguinte estar a dar aulas de Educação Física a crianças?

Em 2018 eu retomei a actividade na escola, agora não. Na altura fizeram-me uma surpresa. A direcção pediu-me para levar a medalha e no intervalo todos estavam com um cachecol, bandeira, camisola, começaram a cantar o hino e foi bastante emotivo. É sair de um patamar de alta competição, em que há um rigor muito grande naquilo que temos de fazer, e chegarmos à escola, um mundo completamente diferente, em que temos de estar a chamar a atenção dos alunos para estarem quietos, para ouvirem. Eu gosto do treino, mas também gosto muito de dar aulas de Educação Física e tento também ser o mais rigoroso possível em pequenas coisas. O Ricardo é uma pessoa normal. Foi indiscutivelmente durante vários anos o melhor jogador do mundo, é um exemplo a nível do treino. Só de olhar o Ricardo a treinar, cansa. É uma referência, mas é uma pessoa simples, de trato fácil.

Como é o Zé Luís enquanto professor?

Eu gosto muito de dar aulas, de incutir nos miúdos o gosto pela prática desportiva, incentivá-los a praticar em clubes. Faço sempre esse levantamento no início do ano lectivo, quais são os miúdos que praticam desporto fora da escola a percebo nas aulas aqueles que têm maior disponibilidade para irem para o desporto escolar, onde temos a ginástica o futsal. Por vezes pensam que eu sou um professor chato e muito exigente, mas gosto de incentivar a tirá-los do sofá, dos jogos electrónicos, para que estejam mais activos.

José Luís Mendes diz que Guilherme Duarte e João Nave, ambos da Covilhã, são para já os jovens identificados no distrito com potencial para chegar à selecção.

Já aconteceu encontrar alunos com potencial para o futsal?

A primeira aluna que encontrei na escola com potencial para o futsal, já há muitos anos, chama-se Rute Duarte. Foi minha aluna no desporto escolar, na Pêro da Covilhã, e era uma atleta completa. Depois, com outras alunas, começaram a praticar futsal federado comigo e chegou a internacional. Ela é o caso mais mediático que nós temos aqui na nossa zona, mas alguns miúdos que eu via que tinham potencial para alguma modalidade sempre procurei que fossem praticar para clubes.

Está na selecção há 11 anos. Qual é o trabalho invisível que faz um técnico nacional?

Há muita coisa que se faz. Quando entrei, só havia a selecção A. A visão estratégica desta federação é completamente diferente. Foi criado o Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Futsal. Agora temos cinco selecções masculinas e cinco femininas. Além disso, os torneios de desenvolvimento de talentos estavam parados, agora temos três torneios interassociações, o número de competições disparou consideravelmente. Isso implica acompanhar. Todos os fins-de-semana temos de fazer as nossas observações de jogos, temos de ir construindo as nossas bases de dados com jogadores que potencialmente poderão integrar o percurso de alto rendimento e temos a preocupação com a criação de documentos de referência para quem trabalha com formação.

O covilhanense, técnico nacional adjunto, é campeão da Europa e do Mundo em futsal, é seleccionador dos sub-21 e sub-19 e coordena a formação. Foto: André Sanano/FPF

(Entrevista completa na edição papel desta semana)

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