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Greve nos autocarros na Covilhã

Paralisação marcada até às 24:00 e repete-se para a semana, entre os dias 13 e 17, nas primeiras duas horas de cada serviço.

Os trabalhadores da MoviCovilhã, concessionária dos transportes urbanos na Covilhã, estão hoje em greve e reivindicam rotatividade dos serviços diários por todos os motoristas e a reorganização dos tempos dos percursos.

A paralisação é de  24 horas e, segundo Manuel Castelão, do Sindicato dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), a empresa “deve ter seis ou sete carros a circular em cerca de 35 viaturas”. De acordo com o responsável, dos “30 a 34 trabalhadores”, há 28 associados do STRUP a aderirem à greve e há “dois ou três” funcionários a desempenharem funções nas oficinas que “estão a desenrascar serviços na condução”.

Já a Transdev, empresa proprietária da MoviCovilhã, informou que a adesão à greve é de 28% e que mantêm a confiança “no diálogo e no absoluto respeito pelos direitos dos trabalhadores, incluindo aqueles que, por razões médicas ou familiares, exigiram a não participação no sistema de rotação de horários”.

Serra dos Reis, vice-presidente da Câmara da Covilhã, disse no final da reunião privada do executivo que o município “está em diálogo com a empresa e está disponível para conversar com os trabalhadores”.

Manuel Castelão afirmou que o STRUP está há três anos em reuniões com a empresa, mas salientou que, embora os responsáveis manifestem empenhamento em solucionar os problemas, o resultado não passou de promessas, o que levou os trabalhadores a avançar para a greve de hoje de 24 horas e a entregarem um pré-aviso para uma paralisação na próxima semana às duas primeiras horas de cada serviço, entre os dias 13 e 17.

O dirigente sindical referiu que a empresa reconhece a necessidade de ir ao encontro das pretensões dos trabalhadores, “só que vem alegar alguma dificuldade na entrada de motoristas, o que lhes causa transtorno para que as escalas possam mudar”.

Para levar à desmobilização do protesto, acentuou Manuel Castelões, “só com um compromisso muito sólido, credível por parte dos responsáveis da empresa, porque os compromissos anteriores não foram ainda postos em prática e são necessárias garantias”.

O sindicalista frisou que há motoristas que fazem “os serviços bons” e outros ficam com os “menos bons”, com piores horários, percursos mais difíceis ou mais horas seguidas a conduzir.

Manuel Castelões disse que os motoristas, que são 31 ou 32, defendem que todos façam as mesmas linhas, numa lógica de rotatividade e “todos façam os percursos bons e os que são menos bons”.

O dirigente sindical alertou também para a “necessidade tremenda de se fazerem ajustes nos horários de trabalho, porque há horários extremamente curtos para a sua duração, percurso e dificuldade”, o que implica que tenham de ser acertados, para evitar atrasos e permitir aos motoristas irem à casa de banho ou comer uma peça de fruta entre saídas.

Manuel Castelões acrescentou faltarem condições de trabalho, por exemplo no local de abastecimento, sem cobertura, o que implica fazê-lo à chuva, quando as condições meteorológicas obrigam a isso.

O representante sindical sublinhou já ter sido criada, na Central de Camionagem da Covilhã, uma sala onde os trabalhadores podem fazer as refeições, mas acrescentou não terem uma casa de banho própria, terem de ir à pública e, se estiver ocupada, terem de seguir para os serviços, quando existe uma casa de banho “que está fechada e a servir de arquivo”, uma situação que a Câmara Municipal, proprietária do espaço, deve resolver.

O dirigente sindical lamenta os constrangimentos provocados à população, mas referiu que os trabalhadores “têm de manifestar o seu desagrado e lutar pelos seus direitos”.

“A Transdev entende que o diálogo é a melhor forma de ultrapassar diferendos e, por isso, a companhia está, como esteve sempre, disponível para negociar com todos os seus trabalhadores e representantes, no sentido de salvaguardar uma operação que não cause constrangimentos aos passageiros, sobretudo num contexto em que esses passageiros não têm alternativas de transportes”, sublinhou a empresa, em comunicado.

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