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Greve prolongada nas Minas da Panasqueira

Nas Minas da Panasqueira a greve vai prolongar-se por mais dez dias do que o inicialmente previsto, depois de ter sido entregue um novo pré-aviso que estende a paralisação às primeiras três horas de cada turno até 11 de abril e não até dia 28 de março, caso as partes não cheguem a um entendimento.

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira propôs um aumento salarial de 13%, o que corresponde a um mínimo de 110 euros, embora Mário Matos tenha adiantado hoje que os trabalhadores estão “disponíveis para fechar acordo” com um aumento de cem euros, mas a empresa garantiu não poder ir além dos 6%.

Segundo o administrador da Beralt Tin and Wolfram, António Corrêa de Sá, “a empresa não tem condições financeiras para responder a essa exigência” e admite provisoriamente “suspender a lavra”, até a situação estar normalizada.

Mário Matos, representante sindical, adiantou que na reunião da última segunda-feira a empresa apenas propôs um prémio de produção de dez euros mensais, até ao final do ano, por cada tonelada de minério extraída mensalmente acima das 70 toneladas, uma variável que acentuou não depender dos trabalhadores.

“Eles estão a rebentar filões e há locais onde é melhor do que outros”, frisou o sindicalista, segundo o qual, no último ano, a média rondou as 59 toneladas mensais.

Corrêa de Sá referiu que a média dos últimos seis meses “é superior a 70 toneladas” de produção.

Os trabalhadores reclamam melhores condições de higiene e segurança no trabalho, a valorização das carreiras, “porque há mineiros que, após vinte anos, continuam no início da carreira”, o pagamento de subsídio de risco para todos os que que trabalham no fundo da mina e subsídio de fogo para todos os que executam essa tarefa.

Ambas as partes manifestaram abertura para negociar. Enquanto o administrador pede “bom senso”, os trabalhadores apelam à Beralt que apresente “condições razoáveis” para se poderem sentar novamente à mesa das negociações.

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