Ainda está longe, lá para Agosto, mas na Serra da Estrela já há quem esteja preocupado com os impactos ambientais que a Volta a Portugal em Bicicleta pode deixar, nomeadamente na produção de resíduos sólidos nos locais onde passarão os ciclistas e onde houver mais público.
A associação ambientalista “Guardiões da Serra da Estrela”, sediada na Covilhã, enviou na passada semana uma carta aberta a todas as entidades organizadoras, promotoras ou parceiras da 81ª Volta a Portugal em Bicicleta, exigindo que a prova seja “limpinha”, pelo menos no que toca à não acumulação de lixo.
Em comunicado, enviado à Podium Events (organizadora), Federação Portuguesa de Ciclismo, autarquias de Covilhã, Guarda, Seia, Gouveia e Celorico da beira, Turismo do Centro, Infraestruturas de Portugal e Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), os Guardiões revelam “grande satisfação” pela passagem da caravana pela Serra nos dias 4 e 5 de Agosto, nas etapas entre a Pampilhosa e Torre, e entre Oliveira do Hospital e Guarda, com grande animação e “retorno económico” para a região, mas lembram toda a logística inerente nestes eventos, bem como a presença de milhares de espectadores, que podem significar “produção de resíduos”. “Infelizmente, ao longo das últimas edições da prova, registaram-se sucessivas acumulações de resíduos um pouco por todo o percurso, sendo particularmente preocupante nas zonas do Parque Natural” diz a Associação que “defende e exige” que para esta prova, “assim como para qualquer outro evento desportivo, ou de outra natureza, com impacto directo no Parque Natural da Serra a questão dos resíduos produzidos pelos organizadores, promotores, parceiros e espectadores “seja resolvida de um modo eficiente e imediato de forma a que o impacto destes eventos no ambiente e nas actividades económicas futuras (nomeadamente o turismo) se traduza única e exclusivamente em aspectos positivos para as populações locais”.