Foram mais de 246 os casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) que deram entrada, este ano, na Unidade de AVC (UAVC) do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (CHUCB).
“O ano passado tivemos cerca de 246 e este ano já vamos em muitos mais que esse valor e ainda não chegamos ao fim do ano”, revela a diretora da Unidade, Fátima Paiva, que considera ser “números preocupantes”. A responsável falava à margem da caminhada organizada por aquela unidade de saúde de forma a assinalar o Dia Mundial do AVC, 29 de outubro.
“Diz-nos a literatura, e a experiência, que no mundo ocidental, o AVC é a principal causa de morte. Quando as pessoas não morrem, ficam incapacitadas para a vida”, sublinha Fátima Paiva.
A médica frisa a importância da prevenção, que passa por mudança de hábitos alimentares e de estilo de vida, sendo que “o maior volume de doentes com AVC” tem causas que podem ser modificadas. Tabaco, hipertensão, colesterol, excesso de peso, são alguns dos fatores de risco para o aparecimento de um AVC.
“Para a população saudável a regra é: baixar o peso, fazer exercício físico, baixar tensão arterial e não fumar”, enumera Fátima Paiva.
A responsável deixa também o alerta para o reconhecimento de sintomas que a doença apresenta e em como esses devem ser logo comunicados à emergência hospitalar de modo a que se inicie rapidamente o tratamento.
“Fala alterada, o braço não mexe e boca ao lado, são sintomas que a pessoa deve contactar logo a emergência hospitalar. Se assim for, temos garantido que há tratamentos que se podem fazer até quatros horas e meia e que podem melhorar e ser premonitórios de uma função muito melhor depois dessa fase toda da recuperação do AVC”, frisa.
“É preciso que as pessoas tenham alguém que olhe para eles, nas famílias, nos lares e é preciso que haja sensibilidade da população, caso apanhe alguém com um AVC na rua, para que o levem diretamente para o hospital”, destaca a médica.