O mandato de quatro anos para o qual foi eleito, pela primeira vez, como presidente de Câmara, é um “marco de renovação e esperança”, com o compromisso de alcançar uma Covilhã “mais coesa, moderna, solidária, desenvolvida e justa”. Foi esta a garantia deixada pelo novo presidente, Hélio Fazendeiro, que tomou posse no domingo, 2, no Teatro Municipal, lembrando que a maioria alcançada no executivo, além de um orgulho, é uma responsabilidade acrescida. “Serei presidente de todos, sem exceção, sem distinção de votos ou de vozes, com a certeza de que só uma Covilhã unida poderá vencer os desafios que temos pela frente” disse o novo autarca, que agradeceu o “privilégio” de ter trabalhado com o seu antecessor, Vítor Pereira, do qual foi “testemunha de como liderou com determinação, seriedade e sentido de serviço público, deixando uma marca profunda no desenvolvimento da Covilhã.”
Hélio Fazendeiro afirma que é preciso ter um concelho mais cuidado, com habitação acessível, melhor mobilidade, infraestruturas reforçadas, inclusão social, valorização da cultura, dinamismo económico e respeito pelo ambiente. “Estas são as prioridades centrais” disse, lembrando que o progresso “só é verdadeiro quando chega a todos.”
Entre as prioridades apontadas, Fazendeiro deixou logo algumas promessas. Na habitação, “um dos maiores desafios sociais e económicos”, afirma que não chega acudir às urgências do presente, mas fazer um “investimento estratégico” no futuro, tendo anunciado a criação de uma equipa que “no curto prazo” apresentará um Plano Integrado de Habitação Acessível, que incluirá a identificação de edifícios municipais que se possam reabilitar, imóveis e terrenos com viabilidade para novos projetos, e a realização de um calendário de ação realista e sustentável. “Com base nesse diagnóstico, construiremos um programa de habitação sólido, sustentável e participativo”, garante. Hélio Fazendeiro quer ainda investir na regeneração urbana, nas infraestruturas e no espaço público, pretende reabir até final do ano os sanitários públicos do centro da cidade “enquanto não cheguem equipamentos mais modernos para ser instalados em locais estratégicos”, quer também reforçar a limpeza do espaço público e ter uma Covilhã “mais iluminada, mais bonita, mais cuidada e mais acolhedora.”

Na rede viária municipal, anunciou a criação de uma equipa de trabalho que, no prazo de 6 meses, deverá apresentar um relatório sobre o estado da mesma, de modo a “planear intervenções com rigor e previsibilidade.” Desse trabalho “nascerá um Plano de Ação Viária, com prioridades bem definidas e execução faseada, começando pelas situações mais críticas”, assegura.
A requalificação do Parque da Goldra, em espaço “verde, sustentável”, ao serviço da comunidade, a modernização do Complexo Desportivo, estudar a construção de uma nova piscina coberta e um pavilhão multiusos são também metas a alcançar, para um autarca que deseja também melhor mobilidade na cidade. Hélio Fazendeiro prometeu continuar a apostar em meios mecânicos, mas também fazer uma avaliação técnica aos existentes, “para compreender se é viável mantê-los nas condições atuais ou se, pelo contrário, o seu estado exige substituição por soluções mais modernas, funcionais e fiáveis.”
O autarca prometeu também reforçar os transportes públicos, com horários “mais regulares, ligações mais diretas e tarifas justas”, reforçar ligações às freguesias e defendeu que lutará pela criação de um passe municipal de 30 euros, “à semelhança do que existe nas áreas metropolitanas, porque a mobilidade não deve ser um privilégio, mas um direito universal.”
No que diz respeito às creches, lembrou o trabalho já feito, neste ano letivo, para que o Colégio das Freiras se mantivesse aberto, e exigiu do Governo que “cumpra o compromisso” de fazer as obras necessárias para que, no próximo ano, o Bolinha de Neve possa estar a funcionar.

Continuar a apostar numa Covilhã “cidade-cultura”, aprofundar o estatuto de Cidade Criativa da UNESCO, criar, em termos económicos, uma Zona Livre Tecnológica e exigir, do Governo, a “execução real” do Programa de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela, onde continuará a lutar por projetos como a nova barragem, a estrada verde entre Verdelhos e Manteigas e a concretização do IC6, são outros dos objetivos. Hélio Fazendeiro promete também reivindicar junto do Governo a redução dos tempos de viagem, de comboio, entre Lisboa e Covilhã, e a criação de um serviço pendular ferroviário entre Fundão e Covilhã, com vista a um alargamento progressivo a Castelo Branco e à Guarda, “promovendo uma verdadeira mobilidade intermunicipal e regional sustentável.” “Precisamos de um Governo que olhe para o Interior como parte da solução nacional. O Interior não pode continuar a ser esquecido e a ser tratado como um espaço secundário nas prioridades nacionais” aponta o novo presidente da Câmara.
O executivo camarário contará com Hélio Fazendeiro, Luis Marques, Regina Gouveia e João Marques (PS), Carlos Martins (Independente), Eduardo Cavaco (CDS/IL) e Jorge Simões (PSD). A Assembleia Municipal voltará a ser liderada por João Casteleiro, que viu serem aprovados por maioria (34 votos a favor, 4 contra e 12 brancos) Sandra Ferreira e Vítor Pinho como secretários.
		