Ainda não tem data anunciada. Será “nos próximos anos”, segundo o presidente da Câmara, Sérgio Costa. Mas a Guarda vai ter um hospital privado, o Hospital São Mateus Guarda, que vai nascer junto ao parque industrial, num terreno vendido pela Câmara a um grupo privado, a Embeiral Vida, através de proposta por carta fechada, e pelo valor de 115 mil euros.
Segundo o autarca egitaniense, agora é preciso fazer o projeto, licenciar a obra e que a empresa lance a empreitada. De todo o modo, Sérgio Costa diz que esta “é uma boa notícia para anunciar à Guarda e à Beira Interior”.
Na última reunião do executivo, a alienação do terreno foi aprovada por unanimidade depois de, a 20 de fevereiro, a hasta pública ter sido retirada da ordem de trabalhos face a dúvidas que os vereadores da oposição colocaram em relação a todo este processo. Agora, tanto PSD como PS votaram a favor da venda do terreno, face às explicações dadas por Sérgio Costa, garantindo que nunca foram contra a instalação de uma unidade de saúde privada na cidade.
Adelaide Campos, vereadora socialista, disse que o que o PS questionava era a forma como o processo tinha sido conduzido, “com falta de transparência e linearidade”. E garantiu que “queremos o melhor para cidade, não estamos nem nunca estivemos contra o hospital privado”.
Também para o vereador social-democrata, Carlos Chaves Monteiro, o que esteve em causa foi “a má condução do processo”, acusando Sérgio Costa de, há quatro anos atrás, quando Monteiro era presidente, ter votado contra a construção de um outro hospital privado. “Este podia ser o segundo hospital privado na Guarda” disse o vereador, que mesmo votando a favor alerta para o facto do caderno de encargos só obrigar a empresa a manter o investimento durante cinco anos, e da autarquia ser alegadamente obrigada a pagar o valor das obras executadas pela empresa em caso de incumprimento por parte do promotor.
O presidente da Câmara, Sérgio Costa, garante que todas as dúvidas da oposição foram esclarecidas, que não existe um processo “mais limpo e transparente” que uma hasta pública, e classificou a retirada do ponto, na reunião anterior do executivo, como “um episódio triste”. O autarca diz estarem criadas as condições para este investimento vir a ser uma realidade, e apesar de ser defensor dos serviços de saúde públicos, acredita que os hospitais privados são “excelentes complementos ao SNS (Serviço Nacional de Saúde).”
O projeto do novo hospital privado da Guarda será liderado pela Cliniform Saúde, empresa do grupo Embeiral Vida, em parceria com as restantes empresas do grupo de saúde Casa de São Mateus, sediado em Viseu. É um investimento de 25 milhões de euros e prevê a criação de 197 postos de trabalho.