“Um marco significativo”. É assim que a Unidade de Intervenção do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB), na Covilhã, classifica a realização, no passado dia 8, “com sucesso”, do primeiro procedimento de aterectomia rotacional, conhecido como rotablator.
Segundo a unidade hospitalar, em comunicado, este dispositivo é utilizado no tratamento de obstruções das artérias coronárias e representa “um avanço importante na oferta de tratamentos cardíacos na região.”
O coordenador da Unidade de Intervenção da Covilhã e cardiologista, Marco Costa, citado no documento, diz que “o recurso a este dispositivo era essencial para dar continuidade ao trabalho e responder às necessidades dos utentes com angioplastias complexas”, especialmente devido à alta prevalência de doença coronária calcificada na região.
O rotablator é indicado para tratar obstruções coronárias causadas por grandes quantidades de cálcio. O procedimento utiliza um cateter com uma ogiva coberta de microdiamantes que, ao girar entre 150 a 160 vezes por segundo, realiza a ablação do cálcio, facilitando a abertura da obstrução e a subsequente colocação e expansão do stent.
Segundo a unidade, o primeiro procedimento foi realizado num utente com uma lesão de mais de 90% numa artéria circunflexa, caracterizada por uma grande extensão de doença severamente calcificada. “A utilização do cateter com a ogiva diamantada fragmentou a placa de cálcio, desobstruindo a artéria e preparando-a para a colocação do stent. No pós-operatório, o utente apenas precisou de repouso e vigilância de 24 horas, tendo alta no dia seguinte, com menos queixas de angina, resultando num melhor prognóstico” garante o Centro Hospitalar.
A técnica de aterectomia rotacional, seguida da colocação de stent, está agora disponível para as equipas especializadas da Unidade de Intervenção da Covilhã, “que utilizarão o dispositivo conforme necessário” frisa o CHUCB, que salienta que esta nova unidade do Hospital Pêro da Covilhã já realizou, desde de 1 de fevereiro de 2024, 686 procedimentos, dos quais 206 foram angioplastias.
“Este avanço reforça o compromisso da ULS Cova da Beira com os utentes e a comunidade, promovendo cuidados de excelência” garante.