“Importa é que fique resolvido”

Ministra do Trabalho diz que obras do Bolinha de Neve “já se devem ter iniciado”. Hélio Fazendeiro desconhece, mas realça que, seja quem for a fazer, importa é colocar o edifício ao serviço da população

“Obras já começaram? Folgo em saber”. Foi esta a reação, na passada sexta-feira, 5, no final da reunião privada do executivo covilhanense, do presidente da Câmara da Covilhã, quando questionado perante as declarações da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria Rosário Ramalho, que dias antes, no Fundão, anunciou que as obras de requalificação do edifício do Bolinha de Neve, na Covilhã, “já se devem ter iniciado”.

O autarca covilhanense mostrou-se surpreso. “Espero, sinceramente, que sim” disse Fazendeiro, embora admitindo que “a Câmara não tem conhecimento, mas também não tem que ter, pois não é proprietária do imóvel” disse Hélio Fazendeiro.

Há cerca de três semanas, na reunião pública do executivo, o autarca anunciara a intenção de reunir com a ministra para debater este dossier. Fazendeiro garantia que a autarquia reunia “em permanência” com a Comissão de Pais, que tem procurado que o assunto “não caia no esquecimento” e até defendia uma reunião com os pais e deputados na Assembleia da República para “perceber qual o ponto da situação”. O presidente da Câmara recordava que esta estava a pagar rendas de aluguer do edifício do Colégio das Freiras, até agosto do próximo ano, para que as crianças e jovens possam ter um lugar com oferta educativa, mas que é necessário avançar rapidamente para que, em setembro, quando o Colégio das Freiras deixar de funcionar, já exista uma solução.

Na passada sexta-feira, o edil covilhanense recordou que é ao Governo que compete dar andamento ao processo, até porque já existe um projeto de requalificação pago pela Câmara, “que está pronto”, do qual a implementação só depende de respostas a nível estatal. “O que nos importa é que o assunto fique resolvido. Seja lá por que entidade seja”, salienta Hélio Fazendeiro.

No início deste ano letivo, a Comissão de Pais das crianças que frequentam o Colégio das Freiras (cerca de 180) alertou para a necessidade “urgente” de dar andamento ao processo de reconversão do Bolinha de Neve, face à falta de vagas no ensino pré-escolar na cidade. O Colégio teve fecho anunciado para este ano, os pais contestaram, saíram à rua em protesto e a Câmara acabou por chegar a acordo com os proprietários do imóvel para que este se mantivesse ao serviço da educação por mais um ano, mesmo após a saída das irmãs da Fundação Imaculada Conceição. Passaram a ser as irmãs do Dominguiso, como são conhecidas, a liderar o projeto, mas com a certeza de que, em 2026, o imóvel fecha portas. A autarquia dizia então ainda aguardar que o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS) passasse o edifício do Bolinha de Neve para o Instituto da Segurança Social (ISS) de modo a que depois fosse cedido à instituição que faça a gestão do infantário, neste caso, o Centro Social Jesus Maria José.

Carlos Gaspar, representante dos pais, lembrava em setembro que se estava “a meio caminho de uma solução”, que ainda existia “uma certa insegurança” e que “o passo seguinte” seria a reabertura do Bolinha de Neve. “Estamos à espera que a situação se efetive. De vermos a porta abrir-se para as obras” dizia.

Leonor Cipriano, deputada do PSD pelo distrito na Assembleia da República, na Comissão do Trabalho, Segurança Social e Inclusão, garantia que após uma conversa informal que tinha tido com a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, esta “está empenhada em resolver o assunto.”

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