A entrada de um privado na gestão da Rádio Caria pode vir a ser a solução para o futuro da emissora. Esta possibilidade, sabe o NC, está a ser negociada com a proprietária da rádio, a Associação Cultural e Recreativa de Caria, que, para já, viu a Câmara de Belmonte aprovar, na última reunião pública do executivo, na passada terça-feira, 19, um apoio extraordinário de três mil euros, para fazer face a questões mais prementes, como os ordenados em atraso aos dois funcionários da estação. Que, sabe o NC, receberam já o meio salário do mês de dezembro de 2023 em falta, bem como o salário de janeiro deste ano.
O tema foi abordado no final da reunião pelo presidente da autarquia, António Dias Rocha, que, no que diz respeito a este apoio à associação, afirma ter sido o possível. “É temporário, mas legalmente não podíamos ir mais além que isso” frisa, enaltecendo o trabalho dos dois profissionais que se mantêm na rádio. “Têm dado o seu melhor e dignificado o concelho” frisa Dias Rocha que, contudo, salienta ser necessária uma solução de fundo, e duradoura, para o futuro da única rádio existente no concelho. “Nós não mandamos na associação, que segue o seu rumo. Não podemos é permitir que se percam estruturas fundamentais, neste caso, a rádio, que é tão importante para o concelho. Parece que está no horizonte uma solução, de um privado para assumir a responsabilidade da rádio. Espero, a seguir à Páscoa, reunir com o senhor e ver o que vai acontecer” afirma o presidente da Câmara de Belmonte.
Recorde-se que na última assembleia municipal de Belmonte, no final de fevereiro, um dos funcionários da estação, o radialista Sérgio Gomes, denunciou publicamente que ele e o seu colega de trabalho não recebiam há quase três meses, que a rádio estaria mesmo em “falência técnica”, com dívidas à Segurança Social e Finanças, e que para se saldar tudo o que se deve 30 mil euros “não deverão chegar”. O funcionário dizia mesmo que a emissora renovara a muito custo a sua licença radiofónica até 2029 porque a autarquia tinha disponibilizado 5500 euros para o efeito, mas que não sabia durante quanto tempo a emissão se manteria face ao estado de coisas. “Se a situação não se resolver, se não ouvirem música a passar, algo aconteceu” avisava Sérgio Gomes.
Na altura, o NC procurou ter a posição do presidente da Associação Cultural e Recreativa de Caria, Luís António Almeida, que, contudo, declinou qualquer comentário.