A Unidade Local de Saúde da Cova da Beira, anunciada em junho pela direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, deve estar a funcionar “no início do próximo ano” e só nessa altura será nomeada “uma nova administração”. Até lá, João Casteleiro continua a gerir o Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira, informou na segunda-feira, 24, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, durante uma visita ao Hospital da Covilhã.
“Nós consideramos que há aqui uma situação de absoluta estabilidade que não justifica estar a criar uma solução que vá durar umas semanas a uns meses. Quando a nova Unidade Local de Saúde for instalada, será nomeado um conselho da administração dessa nova Unidade Local de Saúde”, respondeu o governante, questionado sobre a situação de Casteleiro, que exerce funções sem que tenha sido formalmente reconduzido no cargo.
Segundo o ministro da tutela, o CHUCB está “a funcionar de forma plena e com grande tranquilidade” e “não há nenhuma questão”.
Em janeiro, na Covilhã, Pizarro frisou que a nomeação dos órgãos de gestão compete à direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, mas enalteceu “as qualidades” de João Casteleiro e considerou que seria “uma perda para a Covilhã, para a Cova da Beira e para o SNS que alguém como João Casteleiro não pudesse continuar a colaborar” e que a sua eventual saída do cargo “seria uma perda”.
O cirurgião, que por várias vezes exerceu essas funções, é presidente do conselho de administração do CHUCB desde 2016, foi reconduzido em 2019 e mantido em funções em 2021, em contexto de pandemia, através de um despacho que indicava o exercício do cargo até dezembro desse ano.
O médico, que completa dentro de poucos dias 72 anos, atingiu a idade da reforma e está há ano e meio à frente da gestão do Centro Hospitalar sem nomeação, situação que tem sido objeto de dúvidas do ponto de vista legal quanto à legitimidade dos atos praticados.