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LAPA: a associação que nasceu para ajudar

Atualmente com cerca de 750 sócios, a LAPA constitui-se como uma IPSS que presta apoio à comunidade, não só cultural e recreativamente, mas também socialmente. Dirigentes pedem mais apoio

“A nossa grande riqueza nesta casa é termos muita gente voluntária. Quando precisamos, elas aparecem e vemos que só assim é que resulta”, afirma José Faria, presidente da direção da LAPA – Liga dos Amigos dos Penedos Altos.

Constituída a 10 de novembro de 1997, a LAPA foi criada para combater algumas necessidades que os moradores do bairro tinham à época, intervindo a nível social, o que a levou a atingir o estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) em 2005. “Há pessoas que levam isto como uma coletividade, mas não. Nós somos uma IPSS”, refere o presidente. Desse modo, a LAPA dispõe de duas lojas sociais, uma localizada na sua sede e que disponibiliza roupa e calçado e outros objetos de uso pessoal e familiar e outra no Centro de Atividades, no Shopping do Sporting, onde são fornecidos produtos de higiene pessoal e de casa.

José Manuel Duarte, membro da mesa da assembleia da LAPA, explica que grande parte dos produtos são doados pela população. Contudo, algumas empresas “por precisarem de resolver problemas de stock”, doam também à instituição. “Temos essa sorte de receber esses bens que depois são encaminhados para pessoas e famílias que precisam. Há também um cuidado de verificar a carência das pessoas que vão buscar os produtos, havendo primeiro uma reunião”, conta.

Além de apoiar com bens necessários, a Liga dos Amigos dos Penedos Altos também auxilia em situações de desemprego ou disfunção familiar. Acolhimento de estágios curriculares em parceria com escolas do concelho, assim como trabalhos de serviço comunitário, estão também nos trabalhos desenvolvidos pela associação a nível social.

Do ponto de vista cultural e recreativo, a LAPA tem no seu plano de atividades a Festa Popular de Verão, que ocorre todos os anos no mês de julho, aulas de zumba e ginástica sénior. O bar da associação também promove as Matinés Dançantes, todos os domingos das 15:00 às 19:00. Ana Lúcia Soares, 33 anos, responsável pelo bar, afirma que são “cerca de 70 [pessoas] nos dias fracos e 130/140 nos dias fortes” a participar nas Matinés. “São colocadas 25 mesas porque há pessoas idosas que não podem ficar muito tempo em pé. Vêm apenas para relembrar os velhos tempos e para se divertirem”, explica Ana Lúcia.

O sonho do Centro de Dia

Segundo José Manuel Duarte, há “uma ideia forte que leva a constituir a LAPA” que é a construção de um centro de dia. “Um centro de dia, apoio domiciliário e, mais tarde, não excluir a hipótese de um lar”, refere. Contudo, e apesar de ser uma IPSS, a associação, de acordo com o dirigente, não tem valências contratualizadas com a Segurança Social “porque não tem condições para isso”. “Uma das condições tem que ver com a sede, que é uma sede arrendada”, explica José Manuel Duarte.  “Esta instituição para cumprir os seus objetivos e ir tão longe como é a ambição dos sócios e dos dirigentes precisa de ter uma sede própria com condições. Precisa de obras, mas como espaço e localização, reúne as condições”, assegura.

O presidente, José Faria, frisa que o seu “maior sonho” é ter uma sede própria para a LAPA, mas que, por questões financeiras, ainda não é possível dar esse passo. “O que esta instituição está a precisar é de bastante ajuda, porque aí podemos dar sempre mais um passo em frente. Não havendo essa ajuda que a gente necessita, temos medo de o dar”, sublinha.

“Somos uma instituição sem fins lucrativos e se somos uma instituição social, têm que nos tratar de maneira diferente das coletividades. Ao fim ao cabo estamos aqui para ajudar e, por vezes, alguns de nós, sócios ou dirigentes, tiramos da nossa carteirinha”, revela José Faria afirmando que as entidades competentes deviam “dar mais valor” ao trabalho da associação.

A escola dos mais velhos

Enquadrado no espírito das Universidades Seniores, a LAPA conta também, há oito anos, com o projeto Clube Sénior – Saber para Todos. “O Clube Sénior nasce, não para concorrer com a Academia Sénior da Covilhã, que seria absurdo, mas para abranger um outro público”, sublinha o coordenador do projeto, José Manuel Duarte.

Atualmente o Clube Sénior oferece aulas de Cidadania, Saúde e Bem-Estar, Biologia e Ambiente, Informática, Inglês e Ginástica Sénior, a cerca de duas dezenas de reformados, com idades compreendidas entre os 60 e os 94 anos. Pontualmente também há visitas de estudo e sessões extra com enfoque num tema em específico.

José Mendes, 73 anos, é um dos cerca de 750 sócios da LAPA que participa no Clube Sénior, há seis anos “pelo menos”. Está em todas as disciplinas e diz que “é para continuar”. “Eu sou daquelas pessoas que quando me sinto bem permaneço. Dentro da possibilidade é para continuar”, diz. Além disso, José Mendes também é voluntário da instituição. “Tento ajudar o máximo que posso em festas e eventos. Normalmente estou sempre pronto para ajudar”, garante.

No sábado, 17, a associação comemora os oitos anos do projeto com uma sessão comemorativa, a partir das 11:00, onde vão ser dados testemunhos e apresentadas as perspetivas para o futuro do Clube Sénior. A comemoração termina com um almoço comemorativo.

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