A Plataforma Pela Reposição das SCUT’s (vias sem custos para o utilizador) promove hoje, quinta-feira, 22, pelas 15 horas, Hotel Pura Lã, na Covilhã, uma assembleia cívica intitulada “Pelo Interior- Repor as SCUT, abolir as portagens da A23 e A25”.
A mesma já tinha sido anunciada há mais de um mês, embora sem hora e local definidos, e surge agora “face às recentes decisões do Governo sobre a aplicação do novo modelo/prazo de cobranças de portagens” nas duas vias, explica a Plataforma em comunicado. Que apela à “mobilização de todos, trabalhadores, empresas, associações, sindicatos e comunidade em geral, para que participem neste iniciativa pública de indignação aberta a todos os que queiram expressar a sua opinião”. Uma realização que contará com a presença de Carvalho Rodrigues, físico português, natural de Casal de Cinza (Guarda), pai do primeiro satélite nacional e doutor Honoris Causa pela UBI.
Recorde-se que, há cerca de duas semanas, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, anunciou que o novo sistema de portagens nas ex-SCUT’s irá ser aprovado ainda este ano, após a apresentação do Orçamento de Estado, mas só terá efeitos práticos em 2021. Algo que não vai de encontro ao pretendido pela Plataforma, que tinha dado como prazo 1 de Outubro para a aplicação de novos descontos, já que o Governo tinha anunciado que isso aconteceria no terceiro trimestre do ano. Só que, recentemente, Ana Abrunhosa disse que o Governo “aprovará em 2020, logo a seguir à apresentação do Orçamento do Estado, com efeitos em 2021, um sistema de descontos nas taxas de portagens, por forma a garantir a uniformização dos descontos existentes e atribuindo um desconto mais significativo aos veículos ligeiros.” Quando, em Maio, durante uma audição no Parlamento, tinha assumido que nas portagens “temos o dossiê pronto para enviar para as Finanças e digo-lhe, senhor deputado (em resposta ao deputado do PSD do círculo da Guarda, Carlos Peioxoto), esta ministra vai conseguir aquilo que prometeu. Se não, deixo de ser ministra”, assegurava, na altura, Ana Abrunhosa.
A Plataforma, perante a não implementação das medidas no terreno, entretanto anunciava a realização desta assembleia cívica no dia 22. “Não resta outra alternativa senão adoptar as medidas que se venham a mostrar absolutamente necessárias”, referia a Plataforma, entre elas esta acção em que se pretende a participação do comum do cidadão para que se indigne e ajude a definir iniciativas de protesto a desenvolver. “Estamos agastados e não excluímos nenhuma forma de intervenção” prometia Luís Garra. O corte de vias não está excluído, dizem os responsáveis da Plataforma.
(Notícia completa na edição papel)