Os candidatos às eleições legislativas pelo círculo de Castelo Branco são favoráveis à reposição das antigas SCUT (vias sem custos para o utilizador), à exceção de Manuel Lemos, da IL, que defende “o princípio do utilizador-pagador”.

Na conferência “A reposição das Scut no interior e a mobilidade e a sustentabilidade da Beira Interior”, realizada terça-feira na Covilhã, pela Plataforma P’la Reposição das Scut na A23 e A25, estiveram presentes Nuno Fazenda (PS), Jorge Fael (CDU), Catarina Taborda (BE), Manuel Lemos (IL) e Liliana Reis, a cabeça de lista pela AD, que manifestou ter uma opinião contrária à do líder do PSD.

Liliana Reis frisou que, embora a força política que representa preconize uma redução gradual e progressiva do valor a pagar, a sua opinião é diferente e defendeu a eliminação das portagens.

“A minha posição é que é necessária a abolição total e imediata” das portagens, realçou Liliana Reis. “Trata-se de repor as Scut na verdadeira aceção da palavra”, acrescentou.

A candidata da AD, coligação que junta o PSD, CDS e PPM, deu o exemplo da postura que tem mantido na Assembleia Municipal do Fundão, onde é eleita e nem sempre votou alinhada com o executivo, de maioria social-democrata.

O cabeça de lista do PS, Nuno Fazenda, atual secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, aludiu às reduções introduzidas no valor a pagar nas antigas SCUT e comprometeu-se com a reposição das vias sem custos para o utilizador.

“Nós não vamos baixar mais as portagens, vamos eliminar as portagens”, prometeu, comentando que Liliana Reis “pode estar contra as portagens, mas se o PSD ganhar, não vamos ter o fim das portagens”.

Jorge Fael, primeiro candidato do PCP, sublinhou que a sua posição sempre foi a mesma, que o seu partido “o que diz no país, diz no distrito” e garantiu que continuará a estar ao lado de quem se manifesta contra as portagens.

“O PS propõe agora a eliminação das portagens, passados 13 anos. Podem contar com o nosso voto para a abolição das portagens”, ironizou o candidato comunista.

A representante bloquista, Catarina Taborda, salientou que “o BE sempre foi muito coerente na abolição das portagens”.

“É importante ter alguém no Parlamento que garanta que não são meras promessas eleitorais”, alertou Catarina Taborda.

O candidato da Iniciativa Liberal, Manuel Lemos, considerou que deve ser mantido “o princípio do utilizador-pagador”, embora tenha sublinhado que as portagens são “um custo demasiado grande para quem está no interior” e que essa “penalização” pode ser compensada “por via da redução de impostos de forma seletiva”.