A comunidade estrangeira representa “mais de 10%” da população no concelho de Penamacor, 70% ingleses e a esmagadora maioria de países do norte da Europa, informou o presidente do município.
Segundo os dados preliminares de um estudo que está a ser feito para fazer uma radiografia mais profunda sobre os estrangeiros a residirem no concelho fronteiriço, 18% representam a globalidade dos alunos do ensino pré-primário e primeiro ciclo.
O presidente da autarquia, António Beites, informou que essa realidade levou “a uma orientação estratégica do ponto de vista educativo, nomeadamente na aprendizagem da língua portuguesa diferenciada no agrupamento de escolas”.
António Beites considerou o estudo elaborado pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), que abrange também um olhar sobre os restantes concelhos da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, importante para definir ações específicas para esta população e envolve-la.
“Temos a perfeita noção da dinâmica que estão a imprimir no concelho”, salientou o presidente, segundo o qual além dos 70% de ingleses há também muitos neerlandeses alemães e de outros países europeus, enquanto os imigrantes brasileiros ou africanos são em quantidade “residual”.
António Beites frisou que as caraterísticas da comunidade imigrante em Penamacor são “ligeiramente diferentes dos restantes municípios” e que o crescimento de estrangeiros no concelho tem sido “exponencial”, sobretudo nos últimos três ou quatro anos.
De acordo com o presidente da autarquia, essa comunidade, que continua a crescer, “vieram para ficar”, não olham para Penamacor “como ponto de passagem” e é “muito significativa, sobretudo para o tecido económico do concelho”.
“Fortalecer esta ligação com o município é importante e estamos a trabalhá-la, a desenvolvê-la”, reforçou António Beites.
O presidente explicou que vão ser agora feitas sessões temáticas com a comunidade estrangeira, no âmbito do estudo em curso, para perceber quem são, o que fazem, o que os fez mudarem-se para Penamacor, porque continuam a chegar mais e “aprofundar esse conhecimento, perceber melhor essa realidade”.
“Faz todo o sentido conhecermos e, no fim, termos esta capacidade de entender a dimensão e o conteúdo desta comunidade, para que os possamos envolver também na promoção do território”, enfatizou o presidente da Câmara Municipal.