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Mais de 25 mil entre a Guarda e Covilhã de comboio

A CP – Comboios de Portugal transportou um total de 25mil 780 passageiros no troço da Linha da Beira Baixa entre a Guarda e a Covilhã, desde que a via reabriu ao serviço comercial em 2021.

Segundo a CP, o resumo do serviço de transporte de passageiros no troço Covilhã – Guarda, desde o seu início, em 2 de Maio de 2021, até ao dia 31 de Março de 2022, indica que “foram contabilizadas, com origem e destino neste troço, 25.780 viagens (média de cerca de 78 viagens/dia)”. “A maioria dos clientes que viaja, com origem e destino neste troço, realiza as suas deslocações entre a Covilhã e a Guarda (56,7% do total), seguindo-se os percursos Covilhã – Belmonte/Manteigas (10% do total) e Covilhã – Caria (10% do total)”, refere a empresa à agência Lusa.

A CP lembra que efectua, por dia, no troço da Linha da Beira Baixa que liga as cidades da Guarda e da Covilhã, seis comboios Intercidades (três por sentido) e seis comboios Regionais (três por sentido).

Abertura do troço “claramente positiva”

Também o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, à Lusa, classifica como “claramente positiva” a abertura do troço ferroviário entre a cidade e a Guarda, mas também reivindica mais ligações para a região.

O autarca socialista aponta que foi com “muito agrado” que assistiu ao retomar das ligações diárias regulares entre estas duas cidades da Beira Interior. “Estas ligações vêm melhorar as acessibilidades e condições de mobilidade de e para a Covilhã e a região através de um meio de transporte mais amigo do ambiente”, afirma.

Lembrando que, desde o início do seu primeiro mandato, tem procurado sensibilizar a tutela e a CP quer daquele troço da linha, quer da necessidade de reforçar a oferta, Vítor Pereira reafirmou que são precisos mais serviços para tirar o devido partido do investimento que foi feito. Tal como já tinha feito na cerimónia oficial da inauguração do troço, Vítor Pereira voltou a reivindicar a criação de um serviço suburbano, que garanta as ligações entre a Guarda, Belmonte, Covilhã, Fundão e Castelo Branco. Defende igualmente a concretização do investimento necessário para reduzir o tempo de viagem entre a Covilhã e Lisboa das actuais três horas e vinte minutos para duas horas e quarenta minutos.

O autarca diz esperar ver concretizadas as ligações desta cidade a Coimbra e ao Porto, que já foram anunciadas e que devem ser criadas após a conclusão das obras da Linha da Beira Alta, uma vez que será um serviço feito através da concordância entre as duas linhas. A criação de ligações regulares a Espanha (nomeadamente a Salamanca) a reativação dos serviços Sud Expresso e Lusitânia são outras das reivindicações que apresenta. “Aguardo com expectativa que estes contributos e reivindicações possam ser acolhidos no âmbito do serviço prestado e do Plano Nacional Ferroviário 2030”, diz.

“Turismo ferroviário deve ser potencializado”

Já o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa, fez um balanço “francamente positivo” da reabertura do troço da Linha da Beira Baixa Guarda – Covilhã e diz que a autarquia quer apostar no turismo ferroviário

Sérgio Costa (Movimento Pela Guarda) lamenta que a via ferroviária tenha estado encerrada entre 2009 e 2 de Maio de 2021, quando retomou o serviço comercial, mas reconheceu que, “em boa hora, alguém fez a previsão das verbas, fez o projecto” e realizou a obra.

Segundo o autarca da cidade mais alta do país, a Linha da Beira Baixa “é muito importante para o concelho da Guarda”. Costa refere que a Guarda, pela sua localização geoestratégica, está no cruzamento das Linhas da Beira Alta e da Beira Baixa e da ligação internacional para a Europa. “E a Guarda tem que aproveitar esta sua localização geoestratégica, para que possa, cada vez mais, catapultar a visitação das pessoas, dos turistas, através das vias férreas. E isso é fundamental. E é nessa matéria que nós estamos a trabalhar também, para arranjarmos uma forma de podermos captar mais turistas para o nosso concelho através do turismo ferroviário, que é um turismo que existe e que deve ser potencializado”, refere o autarca.

Já em relação ao transporte de mercadorias, o responsável lembra que a Linha da Beira Alta está temporariamente encerrada ao tráfego ferroviário para obras e que todo o serviço é feito pela Linha da Beira Baixa. Sérgio Costa destaca a importância da via ferroviária da Beira Baixa para o concelho da Guarda “quer sob o ponto de vista turístico, quer sob o ponto de vista das mercadorias, mas também ao nível dos passageiros”.

O troço da Linha da Beira Baixa, entre a Guarda e a Covilhã, reabriu ao serviço comercial no dia 2 de Maio de 2021 e foi inaugurado no dia 4 pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos. O troço ferroviário estava fechado desde 2009 e reabriu no ano passado após obras de requalificação e de electrificação. O investimento total no projecto de modernização do troço foi de cerca de 77 milhões de euros.

A obra integrou, entre outros trabalhos, a renovação integral de 36 dos 46 quilómetros do troço (dez já estavam intervencionados), bem como a reabilitação de seis pontes centenárias, a remodelação de estações e apeadeiros, drenagem e estabilização de taludes e a iluminação e automatização e supressão de passagens de nível.

Na data da reabertura da via, a CP referiu em comunicado que passou a existir uma “oferta integrada” dos serviços Intercidades e Regional das Linhas da Beira Baixa e Alta, uma vez que os comboios têm paragem em todas as estações e apeadeiros entre a Guarda e a Covilhã. Para incentivar a mobilidade regional no novo percurso, o preço aplicado nas viagens entre as duas cidades “é sempre de tarifa Regional, quer os clientes viajem em Serviço Intercidades ou Regional”, acrescentava a fonte.

Recorde-se que no último mês, a CP também realizou algumas viagens em comboio “Vintage”, para incentivar o uso da linha em termos turísticos, e algumas populações, como da Benespera, regularmente se organizam para passeios usando o comboio na Linha da Beira Baixa.

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