O presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, garantiu na passada sexta-feira, 6, no final da reunião privada o executivo, que foram dadas indicações aos serviços do município para reforçar a iluminação no Jardim Público, onde recentemente aconteceram alguns episódios de violência, e que a autarquia está a estudar a instalação de câmaras de videovigilância no local.
“A Câmara, em termos logísticos, pode contribuir para a segurança no período noturno, com reforço da iluminação, e está a tratar, do ponto de vista legal, da instalação de videovigilância em locais mais sensíveis. Mas é preciso parecer favorável da PSP. Está a ser tratado” garantiu o autarca.
A 24 de julho, o proprietário de um café, naquele local, ficou ferido, e foi transportado ao hospital, depois de ter sido agredido por dois homens a quem se terá recusado a vender álcool. Segundo testemunhas no local, os alegados agressores, associados ao consumo de substâncias ilícitas, costumam juntar-se em grupo nas imediações do estabelecimento e já teriam feito ameaças nos dias anteriores. De acordo com as fontes no local, o proprietário do café foi agredido e os suspeitos, identificados pela PSP, provocaram danos no estabelecimento, onde se encontravam clientes.
“Não podemos transformar um caso num problema estruturante. É um problema conjuntural, mas a Covilhã continua a ser uma cidade segura, onde as pessoas podem estar tranquilamente” frisa o autarca covilhanense, que recusa as acusações da oposição no executivo de “inércia” face a estes problemas. “O município tudo fará para contribuir, de forma indireta, para a segurança na cidade e no concelho. Não faz sentido atribuir à Câmara responsabilidades em relação a episódios que algum delinquente tenha cometido” frisa Vítor Pereira, que lembra que na Covilhã não existe polícia municipal. E que é à PSP e autoridades judiciárias que compete zelar pela segurança de pessoas e bens. “Tanto quanto sei, a PSP está a acompanhar a situação, com reforço de vigilância e patrulhamento. E está a tomar medidas complementares que são de sigilo da justiça, para resolver o caso” afirma. Um tema que será debatido esta semana na reunião do Conselho Municipal de Segurança.
Pela oposição, Pedro Farromba, da coligação CDS/PSD/IL, afirma que hoje, entre os covilhanenses, existe a “perceção de insegurança” na cidade, face aos episódios que aconteceram no Jardim, e que são precisos “atos” e não “inércia” para pôr cobro ao problema. O vereador defende um aumento de policiamento à noite, mais iluminação pública e videovigilância. “São ações imediatas que os covilhanenses pedem e não estudos” frisa, lembrando que é preciso evitar o sentimento de insegurança para quem agora chega à cidade, nomeadamente os novos alunos da UBI. “Não basta colocar uma tarja de boas-vindas” ironiza.
Recorde-se que, em agosto, confrontado com as críticas de um comunicado do CDS-PP, que acusava a autarquia de “minimizar e esconder” o aumento da criminalidade na Covilhã, o vice-presidente da Câmara, José Armando Serra dos Reis, recusava estas acusações. “Nós não escondemos nada. Estamos a trabalhar com a proteção civil e com a PSP, e estas coisas não interessa dramatizar. Interessa é resolver os problemas quando eles aparecem” afirmava o autarca, que garantia que a Câmara estava a “trabalhar com as forças de segurança, restaurantes e bares. Mas a nossa cidade é segura, embora todos estejamos sujeitos a estes pequenos problemas. Queremos é evitar estes desvios à norma, que são sempre difíceis” afirmava Serra dos Reis.
Na sexta-feira, Vítor Pereira também criticou a alegada “colagem” do problema ao aumento da imigração na cidade. O CDS-PP, em comunicado, dizia que a multiculturalidade é “um ativo importante que enriquece a cidade”, mas que, no entanto, “é crucial garantir que esta diversidade continue a ser uma fonte de força e não de conflito”. O autarca covilhanense lembrou, contudo, que o episódio de violência no Jardim Público “nem sequer envolveu qualquer imigrante”.