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Mais meios para combate aos incêndios

Município da Covilhã instalou na encosta da serra reservatório em altitude, que permite a dois helicópteros operarem durante sete horas, e quatro bocas-de-incêndio

O combate a incêndios na encosta da Covilhã da Serra da Estrela passou a ter condições para ser mais eficiente, depois de na quarta-feira, 17, o município ter inaugurado o primeiro de uma rede de dez reservatórios, com capacidade para 200 mil litros de água, e quatro bocas-de-incêndio na montanha, que se pretende venham a ser 12, para evitar que os meios tenham de percorrer grandes distâncias e se possa agilizar o reabastecimento.

A infraestrutura de defesa da floresta contra incêndios, que representa um financiamento de 30 mil euros da Câmara da Covilhã, está preparado para a utilização de meios aéreos e terrestres e está localizada junto à Casa do Guarda de Vila do Carvalho, num logradouro cedido pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

“O nosso objetivo é criar uma rede de reservatórios”, informou o presidente da autarquia, Vítor Pereira, segundo o qual os restantes nove serão três vezes maiores, com capacidade para 600 mil litros, e têm um custo superior, para os quais a autarquia está a tentar assegurar financiamento ao abrigo do Plano de Revitalização da Serra da Estrela, suportado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Segundo o autarca da Covilhã, o novo reservatório aumenta a água disponível e, em caso de incêndio, permite aos operacionais uma maior rapidez no reabastecimento.

Os 200 mil litros de água, de acordo com o presidente da Câmara da Covilhã, são suficientes para que dois helicópteros possam estar a utilizar o reservatório em simultâneo durante sete horas consecutivas, embora a capacidade possa ser maior, uma vez que é reabastecido em permanência por uma linha de água natural, conduzida por condutas.

A localização, referiu o edil, é estratégica, devido aos acessos, mas também à altitude, 900 metros, o que “exige menos esforço para o helicóptero se deslocar” e a encosta da Covilhã fica “com um ponto de água numa zona que não estava coberta”.

“Este reservatório aumenta a oferta de água disponível, reduz o tempo de resposta e permite uma maior rapidez e frequência entre abastecimentos”, acentuou Vítor Pereira, que sublinhou a importância para reduzir “a probabilidade de alastramento do fogo”.

Os restantes nove planeados para o concelho estão previstos para localizações estratégicas, em zonas de maior risco e próximos de linhas de água.

Embora não tenha previsão de quando esses investimentos poderão avançar, e antecipe não ser provável que mais estruturas sejam montadas ainda este ano, o presidente informou que essas infraestruturas vão ser montadas na Erada, Trigais, Sobral de São Miguel, São Jorge da Beira, Casegas, Cortes do Meio, Tortosendo, Verdelhos e Sarzedo.

A falta de pontos de água foi referida no relatório de análise do incêndio na serra da Estrela de 2022 e uma das recomendações foi a necessidade de estudar a instalação de mais equipamentos destes em zonas de montanha.

“A autarquia avançou imediatamente com esse estudo, identificou os locais e já procedeu, com financiamento próprio, à instalação do primeiro ponto de água”, sublinhou o presidente da autarquia, que afirmou ter sido “uma das lições aprendidas”.

“O estudo não foi apenas uma formalidade, teve aplicação prática”, realçou o presidente, que acrescentou que o município “fez o que tinha de ser feito e reforçou a aposta na prevenção, a melhor estratégia de combate aos incêndios”.

Para garantir redundância no abastecimento, a estrutura está também ligada ao sistema de captações que a empresa municipal Águas da Covilhã tem na serra da Estrela.

O grande incêndio na serra da Estrela deflagrou no dia 6 de agosto de 2022, em Vila do Carvalho, alastrou a outros concelhos e consumiu 28 mil hectares do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), um quarto da área.

Com a maior frequência e rapidez entre reabastecimentos que o novo reservatório permite, numa situação semelhante, em que os meios aéreos utilizaram, na zona, a Barragem do Corge, poder-se-ia poupar entre cinco e dez minutos entre descargas, comparou o presidente.

A diretora regional do ICNF, Fátima Reis, considerou a infraestrutura, “perfeitamente enquadrada” na paisagem, e sem violar os valores naturais, “indispensável” para um combate “mais rápido e de forma continuada”, espera que o investimento se replique em outros municípios, sublinhou a importância da prevenção e considerou o reservatório “um exemplo de que não se deve estar à espera dos fundos comunitários para fazer os investimentos”. Há pontos de água, mas não com a capacidade ou a função deste ponto de água”, acrescentou.

O coordenador municipal de proteção civil, Luís Marques, vincou a aposta feita na encosta da serra, fazendo com que os meios de combate já não tenham de ir a locais mais longínquos abastecerem, enfatizando o “aumento da eficácia” que permitem quer o novo reservatório, quer as bocas-de-incêndio.

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