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Manteigas quer ser “cidade mundial da aprendizagem” da UNESCO

A Câmara de Manteigas tenciona, este ano, iniciar uma candidatura à Organização das Nações Unidades para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), para Manteigas ser considerada “uma cidade mundial da aprendizagem”, um processo contínuo de aprendizagem, desde a escola à terceira idade. A ideia, diz o autarca local, Flávio Massano, é pegar em “realidades ancestrais”, como a feitura do queijo, a transumância, a lã ou o burel. Esta é uma das propostas que está no orçamento da autarquia para 2023, já aprovado por maioria no executivo e pela Assembleia Municipal, de valor aproximado de 11 milhões de euros, “o maior de sempre” naquele concelho, garante o autarca.

Flávio Massano explica que o documento, que considera “ambicioso”, apresenta novos projectos, e justifica a subida no valor, que andava pelas seis a sete milhões de euros, também devido “às vicissitudes que aconteceram na Serra da Estrela, àquilo que nós temos para reconstruir [devido ao incêndio do Verão] e também com algum financiamento que recebemos do Estado”.

À Lusa, o autarca independente (Movimento Manteigas 2030) considera que o orçamento é “ambicioso” e “difícil” para uma autarquia cujo quadro de pessoal “começa a ser pequeno para tanta competência, para tanta transferência de competência e delegação de competências do Estado nos municípios”. “É um orçamento que tem muitos projectos novos, tem estudos de muitos projectos novos, e que vão, na nossa óptica, transformar o território de Manteigas. No fundo, é um orçamento que tem projectos ambiciosos, alguns deles ainda na sua fase inicial”, acrescenta.
Flávio Massano refere, como exemplo, a concepção do estudo e do projecto para a Praça Central da Vila e Rua 1.º de Maio, um projecto transformador da mobilidade pedonal e rodoviária na vila de Manteigas, que representa um investimento “que pode ir de 1,5 a 2 milhões de euros”.
No orçamento deste ano, o município de Manteigas também inclui o projecto de construção de um Observatório das Alterações Climáticas, nas Penhas Douradas, a 1.500 metros de altitude, considerado “a grande ideia dos próximos 10 anos”.
No âmbito do plano de revitalização da Serra da Estrela, Flávio Massano considera que o País “tem que ter um instrumento de estudo das alterações climáticas e nada melhor do que ter esse instrumento nacional nas Penhas Douradas”, onde existe um Observatório que é um dos mais antigos do País e o único com esta altitude no continente. “Temos ali todas as condições para podermos tirar métricas de todos os dados que foram levantados nos últimos 100 anos e podermos perspectivar e analisar o futuro, preparando o país para fenómenos de incêndios e cheias. Temos de estudar as alterações climáticas e acho que seria um projecto mobilizador para a região”, vinca.
Este ano, a autarquia de Manteigas também destina verbas do orçamento para a recuperação de algumas vias de comunicação que foram destruídas pelo incêndio do Verão e que dão acesso “aos pontos mais bonitos da serra da Estrela”, bem como para concretizar o projecto de criação da praia fluvial da Várzea.

“Entre outras coisas, [no orçamento municipal] temos uma política social forte e uma ajuda às famílias mais carenciadas naquilo que é a recuperação do seu património e das suas casas”, remata Flávio Massano.

 

 

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