Manteigas quer ter duas turmas de primeiro ano na escola

Em Manteigas, no próximo ano letivo, há 27 alunos no primeiro ano, o que excede o número legal de uma turma. Assembleia Municipal pede criação de duas, mas Flávio Massano avisa que problema é a falta de professores

A Assembleia Municipal de Manteigas aprovou na passada sexta-feira, 27, por unanimidade, uma moção pela educação inclusiva, apresentada pelo PS, que pede à Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEST) a criação, no próximo ano letivo de duas turmas de primeiro ano no Agrupamento de Escolas.

O tema já tinha sido abordado na última reunião do executivo, com Flávio Massano a revelar que no próximo ano há mais alunos nesta faixa etária e que o município estava a desenvolver esforços para que fossem criadas duas turmas oficiais. “Tenho algumas esperanças, mas não quero criar expectativas para não saírem defraudadas” disse então o presidente da Câmara de Manteigas.

Na assembleia municipal, a segunda secretária da mesa, a socialista Inês Carvalho, lembrou que nos últimos anos o número de crianças tem aumentado na vila, e que há 27 matriculadas para o próximo ano letivo, no primeiro ano de escolaridade. Segundo a mesma, nos próximos dois anos perspetiva-se que haja ainda nesta faixa etária 24 e 21 crianças nos anos letivos seguintes, pelo que ter duas turmas já este ano seria o ideal. Inês Carvalho lembra que os 27 alunos excedem o número estipulado, por lei, para uma turma (24), e que o que está previsto é que o excedente de alunos de primeiro ano seja integrado em turmas de segundo, terceiro ou quarto ano.

Carla Portugal, deputada do PSD, disse ser pouco produtivo ter turmas com 24 alunos, em termos pedagógicos, garantiu que a associação de pais já expôs o caso de Manteigas à DGEST, que remeteu para a aplicação da lei. “Teremos que aguardar, mas ter duas turmas era melhor” salienta.

Albino Cardoso, deputado do Movimento Independente Manteigas 2030, afirmou que este é um assunto “muito importante” e lembrou que, há anos atrás, o concelho tinha dificuldades em criar turmas, com algumas escolas primárias a encerrarem, uma tendência que agora se inverte. “Hoje, felizmente, a curva populacional está a inverter-se, o que é bom sinal” frisa.

Já o presidente da mesa, José Manuel Cardoso, mostrou esperança na aprovação das duas turmas. “Do que me lembro, no passado, todos os pedidos que fizemos tiveram acolhimento” salienta.

O presidente da Câmara, Flávio Massano, garante que se pudesse votar a favor da moção o faria. “Sou interessado e pai de uma criança que vai para o primeiro ano” revelou, garantindo estar em contato com a DGEST, que para já nada promete. É que, segundo Massano, a falta de professores, sentida a nível nacional, pode ser um obstáculo. “Há salas, há disponibilidade, há condições, a escola sofreu obras há pouco tempo, mas faltam professores. Estamos a fazer pressão” disse. O autarca, contudo, deixou a ideia de que mesmo que as duas turmas não sejam aprovadas, o agrupamento poderá dividir os 27 alunos em dois grupos. “Pode fazê-lo, com a professora e a professora assistente” afirmou, preferindo, no entanto, que “sejam turmas oficiais”.

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