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Ministra anuncia reforço de verbas para transportes

Autarcas pediram complementaridade aos transportes convencionais, como o transporte colaborativo e a pedido

 

As comunidades intermunicipais vão receber mais verbas para melhorar a mobilidade, que a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, espera que passe a ter uma gestão supramunicipal, e sejam criadas soluções complementares ao transporte convencional, como o transporte a pedido.

Na deslocação à Covilhã, dia 24, para participar na conferência “Desafios da mobilidade nos territórios de baixa densidade”, a ministra adiantou que essas são algumas das medidas do Plano de Mobilidade em que o Governo está a trabalhar.

“Tem de haver quantidade e qualidade de veículos nas horas em que as pessoas precisam e tem depois de haver intermodalidade entre os diferentes transportes”, referiu a governante, que sublinhou a necessidade de ganhar escala para que os concursos públicos se tornem mais atrativos para as operadoras.

Transporte flexível

A ministra defendeu a existência de “soluções adaptadas a populações mais envelhecidas, distribuídas de forma dispersa, para as quais tem de se garantir um transporte customizado”, dando o exemplo de zonas onde esse modelo está a funcionar bem, tanto ao nível da articulação entre municípios, como na oferta de transporte a pedido, feito por telefone, sem criar ruído com aplicações digitais e tendo em conta o perfil dos utilizadores. Essa modalidade de transporte destina-se a “pessoas com baixos rendimentos, pessoas mais frágeis, mais envelhecidas”.

“O transporte flexível está a funcionar muito bem em alguns municípios. Envolvem-se também taxistas e é também fonte de rendimento para operadores privados do território”, sublinhou Ana Abrunhosa.

Ana Abrunhosa informou que o Governo tem previsto distribuir “mais de 300 milhões de euros” pelas áreas metropolitanas e pelas comunidades intermunicipais (CIM) para melhorar a mobilidade no país, mas acrescentou que se trata, sobretudo, de uma questão de organização.

“Estamos a falar, em primeiro lugar, de organização e depois, naturalmente, vamos falar de investimento e de subsidiação”, acentuou.

Passe custa o triplo

A ministra respondia aos autarcas da Covilhã e do Fundão, que no mesmo dia consideraram inconcebível que os passes em freguesias do concelho custem o triplo de um passe social na zona metropolitana de Lisboa, onde a oferta é diversificada, multimodal e frequente.

No âmbito da iniciativa da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, vários autarcas viajaram de comboio até à Covilhã. Vítor Pereira e Paulo Fernandes pediram um reforço das verbas para mitigar o subfinanciamento dos transportes na região.

Vítor Pereira deu o exemplo de um munícipe de São Jorge da Beira, que para vir trabalhar para a sede de concelho paga 120 euros mensais pelo passe, enquanto se pode ir de Sesimbra a Mafra com um passe de 40 euros, o que considera uma injustiça que considera necessário reparar, por ajudar a agravar assimetrias e dificultar a fixação de pessoas.

O presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, alertou para o “brutal subfinanciamento por parte do Estado à componente dos transportes nos territórios de baixa densidade”, pedindo que no próximo Orçamento a verba seja aumentada “de acordo com os valores reais” que estão a ser pagos de compensação às operadoras e o modelo de financiamento seja corrigido, perante o desfasamento “da realidade concreta”.

Pagar para autocarros saírem

Na CIM das Beiras e Serra da Estrela existe um défice de 2,5 milhões de euros em relação ao que é transferido do Governo “só para que os autocarros circulem”, quando “apenas cerca de um terço desse valor é compensado através das medidas do Estado”, referiu o autarca fundanense.

Juntando o “desequilíbrio brutal” com os seis a sete milhões que os municípios da região pagam em transportes escolares “e não recebem”, essa diferença aumenta para “cerca de dez milhões de euros”.

“Não podemos concentrar os nossos esforços em mitigar o custo ao cidadão, porque estamos a concentrar todos os nossos esforços em ter a possibilidade de ter o transporte. Nós pagamos para os autocarros poderem sair e podermos ter transportes públicos na rua”, acrescentou Paulo Fernandes.

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