Moradores pedem demolição de imóvel no Centro Histórico

Edifício devoluto está a ser requalificado no Largo de Nossa Senhora do Rosário para criar dois apartamentos. Mas quem ali mora defende demolição para criar espaço público e melhorar a circulação no Centro Histórico

O presidente da Câmara da Covilhã, Hélio Fazendeiro, prometeu “reavaliar o projeto” de construção de dois apartamentos (T1) num edifício localizado no Largo de Nossa Senhora do Rosário, que estava devoluto, e que pertence ao município, depois de alguns moradores daquele local no Centro Histórico terem avançado com uma petição pública para a requalificação do largo, mas que passa pela demolição do imóvel.

Na passada sexta-feira, 21, em representação de um grupo de moradores, Pedro Seixo Rodrigues, pediu na reunião pública do executivo que se faça uma reavaliação das intenções da autarquia, que está ainda a demolir o edificado para criar duas casas, ao abrigo da Estratégia Local de Habitação. “Há um imóvel, que pertence à Câmara, a ser requalificado há pouco mais de um ano. As obras já estiveram suspensas, mas quando foram retomadas ficámos a saber que a intenção é a total requalificação do imóvel. Gostávamos que o projeto fosse reconsiderado, face às dificuldades de circulação e estacionamento ali existentes” disse o munícipe.

Na petição, os moradores, comerciantes, trabalhadores e cidadãos daquela zona do Centro Histórico defendem que a velha casa vá abaixo criando assim espaço público e melhorando a circulação. Dizem que a demolição permitiria a reorganização das vias de circulação de veículos, criação de lugares de estacionamento e de um espaço público para convívio comunitário. Os signatários recordam que ali, por vezes, há dificuldades não só para os moradores circularem, mas também para viaturas de entregas, de emergência (ambulâncias e bombeiros), numa área que atualmente tem “sérias limitações de acesso.” E dizem que com a demolição o próprio património edificado existente sairia valorizado, nomeadamente os edifícios da antiga Fábrica Aibéo e a sede da Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor (AECBP), “ambos com interesse histórico e arquitetónico.” Outro dos objetivos será melhorar as condições de salubridade dos edifícios circundantes, “cujas fachadas se encontram a menos de dois metros do imóvel em causa, dificultando iluminação e ventilação natural.” Na petição, é pedida assim a suspensão dos trabalhos em curso e a promoção de uma sessão pública para discussão da requalificação do Largo, “com o objetivo de desenvolver um novo projeto urbanístico que resolva velhos problemas de mobilidade e beneficie a comunidade.”

Pedro Seixo Rodrigues lembra que de um projeto inicial de 2013, naquela zona, é o único edificado que persiste, tendo outros sidos demolidos. E garante que a petição já tem cerca de uma centena de signatários, “o que é demonstrativo de que as pessoas partilham da nossa preocupação”.

Hélio Fazendeiro garante que a situação “tem sido acompanhada”, que a obra decorre dentro da normalidade depois de ter sido recentemente suspensa face a algumas exigências quer do IPPAR (Instituto Português do Património Arquitetónico), quer da CCDRC (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro), concordando que o Centro Histórico tem que ser “valorizado, reorganizado e ver melhorada a circulação”. No entanto, “vamos avaliar o espaço que existe para suspender aquela obra”, recordando que já existem alguns compromissos assumidos pela Câmara, nomeadamente com empreiteiros.

Jorge Simões, vereador da oposição (PSD), recordou que já tinha abordado o assunto há cerca de meio ano e vincou a necessidade de se repensar o largo, “entregando-o às pessoas”.

VER MAIS

EDIÇÕES IMPRESSAS

PONTOS
DE DISTRIBUIÇÃO

Copyright © 2025 Notícias da Covilhã